A todo-poderosa da política comercial europeia
Perfil
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Cecilia Malmström
BRUXELAS No cargo desde 2014, a comissária de Comércio da União Europeia (UE), Cecilia Malmström, tem uma tarefa nada fácil no momento: lidar com a guerra comercial desencadeada pelas tarifas impostas pelo governo do presidente americano, Donald Trump.
A política sueca, de 50 anos, ocupa o poderoso cargo que já foi do francês Pascal Lamy e do britânico Peter Mandelson. É dela a responsabilidade de negociar a política comercial europeia em nome dos 28 membros do bloco. Casada e com dois filhos, Cecilia tem uma vida reservada.
A posição a coloca em contato direto com gigantes do comércio e da economia global, como Estados Unidos e China. Foi ela que comandou, por exemplo, a disputa com o país asiático após a crise no setor siderúrgico europeu por causa do excesso de aço chinês.
No confronto com Trump, Cecilia tem mostrado pulso firme para enfrentar o ímpeto protecionista do presidente americano. Ela foi enfática ao afirmar que o argumento de segurança nacional, usado pelos EUA para justificar as sobretaxas ao aço, era "puro protecionismo".
Ao anunciar que a União Europeia iria à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas impostas por Washington às importações de aço e alumínio, no entanto, ela evitou admitir que havia uma guerra comercial em curso por causa do "efeito psicológico":
" Não estamos em uma guerra comercial, e sim em uma situação muito difícil provocada pelos Estados Unidos. Não usaria o termo guerra comercial porque tem um efeito psicológico. Os americanos estão jogando um jogo perigoso.