Sábado, 20 de Abril de 2024

Um evidente erro de planejamento

BrasilO Globo, Brasil 19 de septiembre de 2018

Análise

Análise
A prioridade que o futebol brasileiro tem dado a jogadores comprados, em vez de pratas da casa, indica mais um erro de planejamento cometido pela classe dirigente. Ainda mais em tempos de crise financeira, as categorias de base costumam ser uma solução barata e eficiente para ganhar competitividade em meio à falta de dinheiro.
O problema é que esta saída leva tempo e demanda investimento, ambas palavras proibidas no vocabulário comum aos cartolas brasileiros.
Evidenciada pelo estudo mais recente de Cesar Grafietti, do Itaú BBA, a redução do investimento na formação de jovens atletas tem motivo político. Num regime semiprofissional em que presidentes ficam em média apenas três anos no cargo, pressionados a perseguir títulos para que se mantenham no poder, é natural que poucos queiram investir na base. Esse é um tipo de investimento que leva anos até maturar, e que consagrará, quando possível, apenas o dirigente seguinte.
Quando o assunto é investimento, existem três tipos de clubes no mercado. Primeiro, aqueles que dedicam uma fortuna à contratação de jogadores em busca de resultados imediatos. São os casos de Flamengo, Palmeiras e São Paulo. Não chega a ser uma opção negativa, nesses casos, porque os três gigantes conseguem gerar caixa suficiente para pagar suas altas despesas, contratar novos jogadores e ainda investir acima da média nacional nas categorias de base.
Na segunda categoria, estão clubes que não compram tantos reforços, mas têm investimentos relevantes nas divisões juvenis. Casos de Internacional e Cruzeiro, ambos em abaladas condições financeiras. Os colorados talvez sejam o melhor exemplo brasileiro de clube que, embora tenha restrições em termos de arrecadação, por ter perfil mais regional, compensa com boas vendas de atletas.
Prejudicados por administrações nefastas e orçamentos estourados, no terceiro tipo, Fluminense e Vasco geram pouco "caixa" - sinônimo de EBITDA, o saldo entre receita e despesa antes de investimento e pagamento de dívidas.
Como praticamente não sobra dinheiro depois de quitadas as despesas correntes, e ainda são muitas as cobranças que chegam por causa de dívidas que se arrastam há décadas, esses estão impedidos de investir no que quer que seja. Vendem jovens e compram baratos de baixa categoria.
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