Miércoles, 24 de Abril de 2024

Terror, bruxaria e feminismo

BrasilO Globo, Brasil 18 de noviembre de 2018

Patrícia Kogut

Patrícia Kogut
crítica/ ‘O mundo sombrio de Sabrina’> Boa
Em "Mad men", Kiernan Shipka era Sally Draper, a filha mais velha de Don (Jon Hamm) e Betty Draper (January Jones). O público a acompanhou da infância até a adolescência, quando a personagem se tornou rebelde e a atriz teve muitas chances de provar seu talento. Depois, ela ressurgiu em "Feud", como a filha complicada de Bette Davis (Susan Sarandon). Era outro papel secundário, mas Kiernan estava em ótima companhia, aproveitou todas as oportunidades em cena e seu desempenho sobressaiu de novo. Agora, finalmente protagoniza "O mundo sombrio de Sabrina", trama de terror lançada pela Netflix. A série mira no público adolescente, mas acerta também o coração dos adultos: trata-se de uma narrativa cheia de ambições e de recados cifrados. Ela aposta no bom entendedor, a começar pelo sobrenome de sua protagonista. Sabrina Spellman é um trocadilho que se perde na tradução, mas que define a personagem, metade humana, metade bruxa. Spell, em inglês, significa feitiço. Já o sufixo man quer dizer homem.
Do ponto de vista estético, a série preserva " mais que isso, cultua e homenageia " os quadrinhos ("Sabrina the teenage witch", antológica publicação da Archie Comics nos anos 1960) que deram origem a ela. Há muitos efeitos, figuras mitológicas e figurinos e cenários carregados de fantasia. Mas o enredo agora vai fundo no terror. "O mundo sombrio" também abraça a causa feminista, o que reforça a impressão de que as aventuras dos gibis mereciam uma atualização.
Tudo começa na véspera do aniversário de 16 anos da garota. Parece uma data comum, mas, no caso dela, significará um compromisso com a bruxaria. Sabrina deverá participar de uma cerimônia que a capacitará a exercer seus plenos poderes. Órfã de pai (um bruxo) e de mãe (uma reles mortal), ela é criada por duas tias dedicadas. Hilda (Lucy Davis) e Zelda (Miranda Otto) administram uma funerária em casa e são iniciadas na arte de mexer o caldeirão para produzir magia. Querem que a sobrinha abandone a escola regular que frequenta. A ideia é que ela se forme nos melhores cursos de feiticeira. A adolescente vacila, em parte por causa do namorado.
A série está fazendo sucesso. Tanto sucesso que Lucien Greaves, sócio de um templo satânico nos EUA, entrou com um processo pedindo uma indenização de US$ 50 milhões à Netflix e à Warner Bros. por "difamar sua principal divindade", o Baphomet, que tem corpo de homem e cabeça de bode. Os produtores são acusados de mostrar a estátua de forma imprecisa e com uma iluminação pouco privilegiada. Apesar da polêmica, a segunda temporada já é certeza. Vale conferir.
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