Canadá libera herdeira da huawei sob fiança milionária
A Justiça canadense concedeu ontem liberdade à herdeira e diretora financeira da Huawei, Meng ...
A Justiça canadense concedeu ontem liberdade à herdeira e diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou. Ela havia sido presa em Vancouver em 1º de dezembro, a pedido dos Estados Unidos, sob a acusação de violar sanções ao Irã. Também ontem, o Canadá confirmou que um de seus cidadãos, o ex-diplomata Michael Kovrig, havia sido detido na China. O temor de retaliação das autoridades chinesas à prisão de Meng já estava levando empresários a evitar viagens à China.
Meng, de 46 anos, deverá pagar uma fiança de 10 milhões de dólares canadenses. Ela terá de entregar seu passaporte, usar uma tornozeleira eletrônica e retornar à Corte em 6 de fevereiro. O advogado de Meng, David Martin, baseou o pedido de fiança na saúde da executiva. Ela é hipertensa e teve de ser hospitalizada na prisão.
Já a instituição onde Kovrig trabalha atualmente, o International Crisis Group, disse que busca sua libertação imediata. Não ficou claro se a detenção estava relacionada com o caso envolvendo a diretora financeira da Huawei, que irritara o governo chinês.
‘NÃO HÁ COINCIDÊNCIAS’
Ao ser perguntado por uma emissora canadense se a detenção de Kovrig seria uma coincidência, Guy Saint-Jacques, ex-embaixador do Canadá na China, respondeu:
" Na China não há coincidências. Se eles querem mandar um recado, eles mandam um recado.
As empresas de tecnologia, em particular, estão na linha de frente das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo. Companhias como Cisco e Apple negociam, fabricam e compram componentes da China. Por isso, seus executivos viajam regularmente entre os dois países.
A gigante de tecnologia Cisco teria alertado seus funcionários de que deveriam evitar as viagens não essenciais à China "devido a eventos recentes", em e-mail intitulado "Restrição de viagem à China". A Cisco, no entanto, informou depois que o e-mail fora enviado por engano e que não há qualquer restrição a viagens de funcionários àquele país. Ainda assim, o medo no Vale do Silício é real.