Jueves, 25 de Abril de 2024

Volkswagen e ford anunciam aliança global a partir de 2022

BrasilO Globo, Brasil 16 de enero de 2019

Entre as novidades da indústria automobilística apresentadas no Salão de Detroit, nos EUA, as ...

Entre as novidades da indústria automobilística apresentadas no Salão de Detroit, nos EUA, as montadoras Volkswagen e Ford anunciaram ontem uma aliança com foco nas vendas de vans e picapes e vão estender a parceria ao desenvolvimento conjunto de carros elétricos e autônomos. A aliança entre a alemã e a americana vai permitir às empresas cortar custos em meio a um cenário de queda nas vendas de veículos na China e nos EUA, os dois maiores mercados de automóveis do mundo. A parceria está marcada para começar só em 2022, e as montadoras frisaram que não há intenção de qualquer fusão ou troca de participações entre as empresas.
As conversas entre as duas começaram em junho do ano passado e culminaram em um comunicado no qual as empresas concordam em "investigar a colaboração em veículos autônomos, serviços de mobilidade e carros elétricos e começar a explorar essas oportunidades". A aliança surge em meio a um desafio crescente para as montadoras: a concorrência com empresas de tecnologia na corrida rumo aos carros elétricos e autônomos.
Desde maio do ano passado, a Apple tem parceria com a Volkswagen na produção de um modelo da van T6 sem motorista, ainda sem previsão de lançamento. E, desde outubro de 2018, a Waymo, subsidiária da Alphabet, controladora do Google, tem permissão da Califórnia para comercializar veículos autônomos ao redor da cidade de Mountain View, sede da companhia.
Há ainda a chegada de novos competidores, como a Tesla, do bilionário Elon Musk, que vem usando a tecnologia como apelo de vendas. Em 2018, ela vendeu 182 mil carros elétricos, um salto de 280%, a despeito de problemas na linha de produção. Por fim, as montadoras enfrentam a crescente pressão para reduzir emissões de carbono e também dos aplicativos de mobilidade, que alteraram a relação das pessoas com os carros.
Relatório da consultoria Bain&Company mostra que o mercado americano, que perdeu a liderança para a China em 2010, deve seguir em queda. As vendas caíram de 16 milhões em 2006 para 13 milhões no ano passado e devem recuar mais 11% até 2025.
"Mesmo essas grandes empresas estão com dificuldades de ter retorno sobre o investimento. As automobilísticas hoje têm margens entre 8% a 10% sobre as vendas. É muito menos que no passado, quando esse setor era um dos mais lucrativos " diz Antônio Jorge Martins, coordenador do MBA em gestão da cadeia automobilística da FGV-SP.
divisão de poder
A aliança anunciada ontem será comandada por um comitê conjunto, chefiado pelos diretores executivos das duas empresas. A Ford ficará responsável por desenvolver e montar picapes de porte médio para as duas companhias, além de vans de maior porte voltadas para os consumidores europeus. Já a Volks desenvolverá uma van voltada para o ambiente urbano. As vans poderão ser montadas pela Ford na Turquia, afirma a montadora.
No Brasil, não há um reflexo claro, mas, na avaliação de Milad Kalume Neto, da consultoria global Jato, a sinergia pode beneficiar especialmente a Ford (que vem perdendo mercado nos últimos anos por causa da dificuldade de ampliar o portfólio de carros populares), se contemplar, por exemplo, o compartilhamento de cadeias de fornecedores com a Volks.
O diretor executivo da Volks, Herbert Diess, afirmou que a aliança será um pilar para que as duas empresas possam "ampliar a competitividade". A Ford divulgará nas próximas semanas novas informações sobre os efeitos da aliança em suas operações, mas não prevê demissões como resultado da nova parceria, disse o presidente executivo, Jim Hackett. Na semana passada, a americana anunciou o corte de milhares de empregos e a descontinuidade de veículos que não geram retorno, além do fechamento de fábricas para recuperar lucratividade na Europa. A Volks também vem fazendo cortes bilionários de custos para recuperar lucros.
A aliança ocorre pouco depois de acordos semelhantes no setor. A Honda investiu US$ 2,5 bilhões na Cruise, subsidiária da GM, em troca de uma fatia de 5,7%. Toyota e Mazda planejam abrir uma fábrica conjunta no Alabama em 2021. (Com agências internacionais)
La Nación Argentina O Globo Brasil El Mercurio Chile
El Tiempo Colombia La Nación Costa Rica La Prensa Gráfica El Salvador
El Universal México El Comercio Perú El Nuevo Dia Puerto Rico
Listin Diario República
Dominicana
El País Uruguay El Nacional Venezuela