Paralisação de jogadores expõe crise financeira do fluminense
A contratação de Ganso e o bom futebol no início do ano fizeram o torcedor do Fluminense esquecer ...
A contratação de Ganso e o bom futebol no início do ano fizeram o torcedor do Fluminense esquecer por algumas semanas as recorrentes dificuldades financeiras. Mas a realidade bateu à porta. A paralisação de ontem dos jogadores, por atrasos em salários, trouxe o tema de volta à tona.
Há meses os tricolores não sabem o que é estar com os pagamentos em dia. Atualmente, a dívida inclui o 13º, o salário de janeiro, três parcelas de direitos de imagem (desde novembro) e duas premiações " uma referente ao Brasileiro de 2018 e outra, à classificação para a segunda fase da Copa do Brasil deste ano. O protesto se deveu a um prazo não cumprido pela diretoria para quitar os atrasados.
" A gente fica triste, mas compreende em função do que temos de pendência com eles. Não fizemos promessa. Eu não fiz, pelo menos " disse o diretor de futebol Paulo Angioni.
Ontem, os jogadores se reuniram e comunicaram à diretoria que não iriam a campo treinar. Eles apenas fizeram exercícios na academia e, depois, foram embora. A expectativa é que, hoje, todos trabalhem normalmente. O próximo compromisso da equipe é nesta sexta, contra o Bangu, pela Taça Rio. O jogo marcará a estreia de Ganso.
Atualmente, a folha salarial é de cerca de R$ 4 milhões. Já foi maior. O clube tenta reduzir os custos. Só que, com muitas dívidas e receitas bloqueadas, a conta insiste em não fechar. O protesto do elenco ocorreu justamente poucas horas após o Conselho Deliberativo aprovar o orçamento para 2019. Dos cerca de 200 sócios que pertencem ao órgão, em torno de 50 compareceram. Apenas dez votaram contra.
A proposta orçamentária prevê um ano de dificuldades. Embora a previsão seja de redução nos gastos em 7,7% (de R$204,4 milhões para R$ 188,7 milhões), a receita líquida cai ainda mais: 10,6% (de R$ 226,6 milhões para R$ 202,6 milhões). Ainda que o Fluminense preveja saldo de R$ 13,9 milhões, os encargos financeiros devem levá-lo a terminar o ano com prejuízo de R$ 9,64 milhões.
O documento apresenta números ainda mais preocupantes. O clube iniciou 2019 com um fluxo de caixa negativo de R$ 73,3 milhões. E este déficit pode chegar a R$ 110,2 milhões em dezembro.