Economia argentina tem maior queda em 10 anos
A economia argentina registrou forte retração no quarto trimestre, e o desemprego subiu, o que ...
A economia argentina registrou forte retração no quarto trimestre, e o desemprego subiu, o que pode prejudicar as ambições do presidente Mauricio Macri de ser reeleito este ano. O Produto Interno Bruto (PIB) teve queda de 6,2% em comparação ao quarto trimestre de 2017, informou ontem o Indec, órgão de estatísticas local. É o pior desempenho trimestral desde 2009, durante a crise financeira global. Analistas haviam projetado retração de 6,4%.
Em todo o ano passado, a segunda maior economia da América do Sul sofreu contração de 2,5%, a maior desde 2014. Já o desemprego encerrou o ano a 9,1%. O número de pessoas sem trabalho passou de 1.332.931 a 1.684.676 em 12 meses. Alguns especialistas estimavam que a taxa atingiria os dois dígitos.
Na quarta-feira, o ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, havia afirmado que "a economia entrou em recuperação". Segundo ele, isso virá com um forte aumento das exportações. Dujovne costuma recorrer a dados mensais dessazonalizados " não aos anuais, que continuam a mostrar que a atividade econômica permanece muito fraca.
A Argentina está enfrentando uma recessão que já dura dois anos, à qual se soma uma inflação obstinadamente alta. Isso obrigou o Banco Central do país a tomar medidas drásticas para estabilizar o peso, que teve desvalorização de 50% frente ao dólar no ano passado. A taxa básica de juros do país está atualmente em 65% e é a mais alta do mundo. Para efeito de comparação, no Brasil a Selic está em 6,5%.
Macri, um favorito do mercado que busca a reeleição em outubro, também vem cortando significativamente os gastos públicos, a fim de cumprir as metas estabelecidas no programa de socorro do Fundo Monetário Internacional (FMI), de US$ 56 bilhões. As medidas de austeridade afetaram o índice de aprovação de seu governo, hoje em torno de 35%.
Com agências internacionais