Miércoles, 24 de Abril de 2024

Companhia aérea da Indonésia cancela pedidos de modelo de aviões da Boeing que caíram recentemente

BrasilO Globo, Brasil 22 de marzo de 2019

Agência O Globo -
JACARTA, Indonésia, e CHICAGO, EUA - A companhia aérea nacional da Indonésia, Garuda, anunciou nesta sexta-feira o cancelamento de pedidos de US$ 6 bilhões (cerca de R$ 24 bilhões) de aviões do modelo 737 Max, fabricados pela americana Boeing, após dois acidentes que mataram 346 pessoas nos últimos meses

Agência O Globo -
JACARTA, Indonésia, e CHICAGO, EUA - A companhia aérea nacional da Indonésia, Garuda, anunciou nesta sexta-feira o cancelamento de pedidos de US$ 6 bilhões (cerca de R$ 24 bilhões) de aviões do modelo 737 Max, fabricados pela americana Boeing, após dois acidentes que mataram 346 pessoas nos últimos meses. Enquanto isso, nos EUA, a American Airlines informou que seus pilotos vão testar em simuladores neste fim de semana as alterações no programa de bordo das aeronaves planejadas pela Boeing para evitar novas tragédias do tipo.
Segundo a Garuda, a decisão foi tomada porque alguns passageiros poderiam se recusar a embarcar nos aviões do modelo, embora analistas indiquem que já há algum tempo havia dúvidas se as compras iriam se concretizar. Este é o primeiro cancelamento de pedidos de 737 Max por uma grande empresa da aviação global depois dos acidentes com uma aeronave da também companhia aérea indonésia Lion Air, há cinco meses, e outra da Ethiopian Airlines em 10 de março último.
— Muitos passageiros nos disseram estarem com medo de entrar num Max — disse Ari Askhara, presidente da Garuda.
Desde o último acidente com um 737 Max, a frota mundial de aviões do modelo está sendo mantida em solo. As quedas ainda estão sendo investigadas, mas autoridades revelaram ter encontrado similaridades entre ambas, com foco nos sensores que informam os pilotos o chamado "ângulo de ataque" das asas, isto é, o ângulo com que "cortam" o ar e obtêm a sustentação para o avião.
Diante disso, a Boeing agora planeja tornar padrão uma luz de alerta opcional que avisa os pilotos que as medições do ângulo de ataque pelos sensores nas asas não "batem", indicando que ao menos um deles está errado.
Os investigadores suspeitam que falha nestas medições levaram o programa de bordo do avião da Lion Air a acionar o sistema automático de recuperação do chamado stall, nome dado à situação em que um avião perde a sustentação seja por estar viajando lento demais ou com um ângulo de ataque muito alto. Chamado MCAS na sigla em inglês, o sistema teria repetidamente apontado o nariz da aeronave para baixo, apesar dos esforços dos pilotos. As alterações no programa planejadas pela Boeing que serão testadas pelos pilotos da American impediriam que isso se repita.
Enquanto isso, Ralph Nader, um conhecido advogado de defesa dos direitos do consumidor nos EUA, anunciou nesta sexta que pretende formar uma organização de passageiros aéreos. Uma sobrinha de Nader, trabalhadora humanitária de 23 anos, estava no Boeing 737 Max da Ethiopian Airlines que caiu em 10 de março.
Nader ficou famoso nos EUA por sua luta com a indústria automobilística na década de 1960 para forçá-la a colocar os cintos de segurança nos carros. Ele disse que está trabalhando para esclarecer os laços estreitos entre a Boeing e os reguladores americanos na Agência Federal de Aviação (FAA).
— A FAA é muito acolhedora com a Boeing e chegou a um ponto absurdo, no qual a Boeing designa seus próprios inspetores — disse. — Isso não é regular, isso é a raposa cuidando do galinheiro. Nós realmente precisamos de uma grande organização de consumidores neste país — acrescentou Nader, que foi candidato independente à Presidência dos EUA em 2000.
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