Guedes criticou tamanho da pesquisa e sugeriu vender prédios do ibge para financiá-la
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Em fevereiro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, já afirmava que o IBGE poderia vender seus prédios para financiar o Censo. Também sugeriu que o Censo fosse simplificado, com menos perguntas.
" O Censo é importante. Vamos tentar simplificar " disse o ministro. " O Censo de países ricos tem dez perguntas. O brasileiro tem 150 perguntas. Sejamos espartanos e façamos o essencial. Quem sabe a gente vende os prédios e bota dinheiro para complementar e fazer o Censo bem feito? Esse é um desafio.
Esta semana, em entrevista à GloboNews, Guedes tocou novamente no assunto, após o IBGE informar que o questionário do Censo 2020 será reduzido para que seu orçamento, 25% menor, seja aprovado pela União. Ele voltou a criticar o tamanho da pesquisa realizada no Brasil em comparação com a de países desenvolvidos, onde o questionário tem "dez, 12 perguntas".
" O Brasil é um país pobre e faz 360 perguntas. Custa muito caro e tem muita coisa do nosso ponto de vista (do governo federal) que não é tão importante " declarou o ministro. (O Censo brasileiro tem em torno de 150 questões, como ele apontara anteriormente.)
Guedes afirmou não pretender uma intervenção no IBGE, contando apenas ter dito à presidente do órgão, Susana Guerra, que não dispunha dos R$ 2,7 bilhões necessários para financiar o levantamento "da forma como sempre foi feito".
" Se a empresa fosse privada, como o Ibope, e estivesse com dificuldades, a pesquisa encolheria e ninguém falaria em intervenção.
Depois da entrevista de Guedes, o médico e escritor brasileiro Drauzio Varella saiu em defesa do Censo 2020. Num vídeo, Varella disse que "só o Censo traz informações de cada cidade e de cada bairro do Brasil". Segundo o médico, ficar sem o Censo significaria "não ter o mínimo de informações necessárias para proporcionar bem-estar à população". Ele disse que é preciso defender a realização da pesquisa "para o nosso bem e o do Brasil".