Sob pressão de caminhoneiros, antt reajusta tabela do frete em 4,13%
Pressionada pelos caminhoneiros, que ameaçaram uma nova greve nacional, a Agência Nacional de ...
Pressionada pelos caminhoneiros, que ameaçaram uma nova greve nacional, a Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT) reajustou a tabela com preços mínimos para o frete rodoviário. A alta média nos valores será de 4,13%, informou o órgão.
A nova tabela foi publicada ontem, dois dias depois de um grupo de representantes de caminhoneiros e de motoristas autônomos se reunir com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. No encontro de segunda-feira, o governo se comprometeu a atrelar o reajuste da tabela à alta do óleo diesel e intensificar a fiscalização do cumprimento do piso mínimo do frete. O compromisso levou os caminhoneiros a descartaram uma nova paralisação nas próximas semanas.
A ANTT publicou a nova tabela depois de o diesel ter atingido uma alta acumulada nas bombas de 10,69% desde janeiro. A lei determina que a tabela seja reajustada sempre que preço do óleo diesel tenha oscilação superior a 10%. Além disso, está em andamento uma consulta pública para aperfeiçoar as regras gerais, a metodologia e os indicadores da tabela de frete.
O temor do governo de uma nova greve ficou mais claro há duas semanas, quando um telefonema de Bolsonaro para o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, levou a estatal a suspender um reajuste de 5,7% no preço do diesel nas refinarias. A intervenção provocou queda das ações da companhia, que fez um reajuste menor, de 4,8%, na semana seguinte.
Após a repercussão negativa, o ministro da Economia, Paulo Guedes, garantiu que a Petrobras é livre para definir sua política de preços, mas defendeu maior transparência na definição dos valores para compensar variações cambiais e no preço internacional do petróleo. O valor do combustível é uma das principais reclamações dos caminhoneiros.
Apesar da alta no diesel, o governo anunciou outras medidas em benefício da categoria. Prometeu R$ 2 bilhões em investimentos nas estradas federais, um crédito total de R$ 500 milhões via BNDES para caminhoneiros autônomos e a construção de pontos de repouso em rodovias.