Viernes, 19 de Abril de 2024

Mulheres ainda são minoria no universo de investidores

BrasilO Globo, Brasil 20 de mayo de 2019

Taís Magalhães, de 30 anos, estava insatisfeita com as alternativas de investimento em seu banco. ...

Taís Magalhães, de 30 anos, estava insatisfeita com as alternativas de investimento em seu banco. Foi quando decidiu se dedicar ao assunto e encontrar opções que garantissem um rendimento maior. Em 2015, já cliente de uma corretora, começou a investir em títulos públicos no programa Tesouro Direto e, mais tarde, em ações. O seu plano, além de ter uma reserva financeira, é quitar o apartamento que comprou, ainda na planta, até a entrega das chaves. A socióloga, no entanto, é minoria. No Brasil, o número de investidoras mulheres não chega a 30%, embora sejam 51% da população.
" Já comprei um seguro achando que era um investimento. Eu me senti enganada. Foi quando decidi que precisava assumir a responsabilidade sobre minhas finanças, para isso não acontecer novamente. A partir daí, passei a me informar melhor e buscar alternativas, sempre de olho nos prazos (para meu objetivo) " contaTaís.
Essa participação mais baixa das mulheres está presente nos investimentos em Bolsa. Dados da B3 mostram que o público feminino representa apenas 21,75% das pessoas físicas que compram ações. No caso do Tesouro Direto, a parcela é de 30,3%.
Garantia de liberdade
A superintendente de educação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Ana Leoni, explica que parte dessa menor participação se deve ao fato de os salários das mulheres serem mais baixos, mas também porque elas, muitas vezes, terceirizam a tomada de decisão sobre investimentos, mesmo quando provêm o sustento da casa:
" É um comportamento que leva a esses números. É um problema mundial, mas tende a diminuir à medida que a mulher ganha mais confiança em relação a esse assunto.
Para estimular esse público, Ana Leoni afirma que é importante apostar em conteúdos que mostrem à mulher que, ao ter independência financeira, ela terá mais liberdade de escolha " o que, inclusive, facilita a saída de um relacionamento abusivo.
" A independência financeira está mais ligada ao poder de escolher. Com independência, ela não ficará em uma relação por dependência financeira. Tem mulher que se separa e não tem ideia de qual era a renda familiar, nem tem reservas para lidar com isso " explica.
As iniciativas para atrair o público feminino estão disseminadas. Uma delas é o "Nós, Mulheres Investidoras", criado em 2017 pela plataforma de investimentos Easynvest. Uma das percursoras é Mariana Cammarano, gerente de marketing da empresa. Ela conta ter percebido que o ambiente era dominado por homens, a começar pelos consultores, o que poderia contribuir para afastar o público feminino:
" Por muito tempo, a mulher não administrava o seu próprio dinheiro. E quando falamos de empoderamento feminino, saber fazer as escolhas certas com o dinheiro também garante mais liberdade.
No programa, há conteúdos destinados às mulheres, além de um grupo de discussão no Facebook, para tirar dúvidas e discutir temas relacionados às finanças. Segundo Mariana, essa iniciativa elevou a participação feminina entre os investidores da plataforma de 27% para 36%.
Já na XP Investimentos, a estratégia para atrair as mulheres tem sido fazer parcerias com influenciadoras, além de contar com escritórios de agentes autônomos liderados por mulheres. Ainda assim, as mulheres são 24% do total de clientes.
No BTG Digital, a situação é parecida. As mulheres não chegam a 30% do total de investidores. Segundo Marcelo Flora, responsável pela plataforma de investimentos, essa fatia é apenas um pouco maior entre o público mais jovem. Para ele, a saída passa pela educação financeira.
As mulheres que quiserem saber mais sobre investimentos podem aproveitar a 6ª Semana Nacional de Educação Financeira, que começa hoje. Informações: bit.ly/1mIqVxq.
Um projeto sobre mulheres, gênero e diversidade.oglobo.globo.com/celina/
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