Viernes, 29 de Marzo de 2024

Aplicação de impacto social para todos os bolsos

BrasilO Globo, Brasil 15 de julio de 2019

Antes restrito aos chamados investidores qualificados, que têm pelo menos R$ 1 milhão depositados ...

Antes restrito aos chamados investidores qualificados, que têm pelo menos R$ 1 milhão depositados no banco, o investimento em empresas de impacto social começa a chegar ao investidor comum. Estão surgindo no mercado plataformas de empréstimo coletivo, com aplicação inicial a partir de R$ 500, em que o interessado pode investir os recursos em negócios voltados para evitar a degradação do meio ambiente, melhorar a saúde do país ou a qualidade do ar do planeta.
Essas plataformas digitais conectam pessoas físicas com empresas que precisam desses recursos para crescer. Em troca, recebem de volta juros e o capital emprestado ou acabam se tornando sócios dos empreendimentos. No caso de sociedade, o retorno do investimento costuma ser de médio prazo, cerca de sete anos.
Para o empreendedor, é uma forma de captar recursos sem passar pelos grandes bancos, onde o dinheiro é escasso para empresas pequenas e médias. E, quando o empréstimo é liberado, os juros costumam ser bem elevados. Para o investidor, fica o bem-estar de ter contribuído para uma causa, embora haja risco de o investimento dar prejuízo. É importante que o investidor se informe sobre a gestão da empresa e a atividade que ela desenvolve.
A plataforma emprestimocoletivo.com surgiu há menos de um mês com esse objetivo. Foi criada pela Sitawi Finanças do Bem, organização social especialista em soluções financeiras, que faz parceria com o Instituto Sabin. A Sitawi, que existe há dez anos, já mobilizou R$ 30 milhões para esse tipo de empreendimento.
Seleção prévia
Para receber recursos pela plataforma, que já captou R$ 700 mil, foram selecionadas cinco empresas. Entre elas estão negócios que ajudam a melhorar a agricultura familiar no sertão, que impulsionam a produção de alimentos orgânicos, e outras que trazem impacto positivo para a saúde, a educação e a distribuição de água potável no Brasil.
" Selecionamos empresas que já nasceram para gerar algum tipo de impacto. E escolhemos negócios que já geram lucro " diz Andrea Resende, gerente de investimento da Sitawi.
No caso da Sitawi, o investidor não se torna sócio do empreendimento. Nos quatro primeiros meses, ele recebe juros de 1% sobre o que emprestou e a partir do quinto mês começa a ter de volta o capital investido, mais o juro. Em 24 meses, o empréstimo é quitado pela empresa. Mesmo com o risco diluído pela seleção de empresas que já dão lucro, ainda assim existe a possibilidade de uma delas quebrar durante a operação. E o capital investido, neste caso, não é coberto pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). O fundo funciona como uma espécie de seguro pago pelos bancos que cobre os prejuízos do investidor em aplicações financeiras, como poupança e fundos de investimento, em até R$ 250 mil, caso a instituição quebre.
" Nos últimos oito anos, nossa inadimplência foi de 3%. Nesse período, duas empresas deixaram de existir " conta Andrea.
Sem acesso a crédito nas grandes instituições, a Orgânicos in Box foi selecionada pela Sitawi para receber um empréstimo de R$ 600 mil. Criada em 2014, no Rio de Janeiro, ela oferece alimentos orgânicos a consumidores a preços menores por meio de uma plataforma de e-commerce. O ritmo de crescimento da empresa vem sendo de 10% ao ano. Mas, mesmo faturando cerca de R$ 100 mil ao mês, ela teve negado um empréstimo de R$ 50 mil num banco há cerca de dois anos.
" Vamos utilizar os recursos do empréstimo feito pela plataforma para crescer 25% este ano, e também dar capacitação técnica aos pequenos agricultores " diz Aline Santolia, fundadora da Orgânicos in Box.
* Estagiário, sob supervisão de João Sorima Neto
La Nación Argentina O Globo Brasil El Mercurio Chile
El Tiempo Colombia La Nación Costa Rica La Prensa Gráfica El Salvador
El Universal México El Comercio Perú El Nuevo Dia Puerto Rico
Listin Diario República
Dominicana
El País Uruguay El Nacional Venezuela