Jueves, 25 de Abril de 2024

Com chegada do var, brasileirão passa a ter mais de três penalidades por rodada

BrasilO Globo, Brasil 19 de octubre de 2019

overdose de pênaltis

overdose de pênaltis
Você já viu essa cena algumas (ou muitas) vezes neste Campeonato Brasileiro: jogador cai na área, aparentemente sozinho, e nada é marcado. O VAR aciona o árbitro, que confere no replay e marca o pênalti. Se não foi uma queda, pode ter sido um inocente, ou nem tanto, toque da bola no braço de um zagueiro. O lance pode variar, mas uma coisa é certa: os pênaltis estão se multiplicando nesta edição de Brasileirão.
Só na última rodada foram cinco, levando o número total a 85 em 26 rodadas, uma média de 3,2 por rodada " a maior dos últimos anos. No Brasileiro de 2018, quando ainda não havia a tecnologia do árbitro de vídeo, foram marcados 93 pênaltis, média de 2,44.
Além do árbitro de vídeo, o Brasileirão adotou uma série de mudanças nas regras determinadas neste ano pela International Board. Um item em especial pode ter colaborado para o aumento no número de penalidades. A mão não intencional passou a ser considerada faltosa quando mão ou braço estiverem acima do ombro ou quando houver aumento da distância de braço ou mão em relação ao corpo de forma antinatural, o que amplia o espaço do atleta.
sem consenso
Regras novas à parte, o que causa maior polêmica mesmo é o VAR, no centro das atenções desde que passou a ser utilizado. Árbitro da final da Copa do Mundo de 1982 e ex-comentarista de arbitragem, Arnaldo Cezar Coelho não poupa críticas à tecnologia.
" Se o torcedor for ao Procon, pode reclamar de propaganda enganosa, porque o VAR está dando errado. Esse negócio (VAR) precisa ter um limite, porque é nocivo, um desastre. A finalidade dele é minimizar os erros e não aumentar. O futebol é praticado por humanos que, por sua vez, trabalham com contatos físicos. Agora, se eu estou no campo, próximo à jogada, e entendo que é pênalti e quem está em cima tem uma opinião contrária, como fica? " questiona Arnaldo.
Lances assim já aconteceram e geraram muita polêmica. No jogo entre Cruzeiro e Internacional, no Mineirão, o time mineiro teve um pênalti a seu favor que gerou muitas críticas.
" Ele (árbitro) acertou, o VAR errou e então ele errou também. Por que o VAR se meteu em um lance interpretativo? " questionou o goleiro do Inter, Marcelo Lomba, na ocasião.
O ex-árbitro Sálvio Spínola, comentarista de arbitragem do Sportv, não é tão radical quanto Arnaldo. Para ele, o VAR trouxe benefícios. A crítica de Sálvio está no uso exagerado do recurso:
" Costumo dizer que sou "VAR raiz", porque ele precisa ser acionado somente para grandes decisões.
Sálvio Spínola acredita que o alto número de pênaltis marcados passa pelo uso em excesso da câmera lenta na avaliação da jogadas.
" Acho que há exagero principalmente nos pênaltis. Alguns passariam despercebidos e nem seriam marcados caso não houvesse a câmera lenta. O vídeo não tem que comandar o jogo, apenas corrigir os erros " alerta. " A tecnologia no esporte é necessária, porque o ser humano é limitado, mas quem interpreta o lance é o árbitro. Acredito que a CBF se equivocou ao implementar definitivamente essa ferramenta. Se tivesse utilizado de forma restrita e adaptando aos poucos, seria melhor.
O VAR tem custo de R$ 51 mil por jogo. Em agosto, ao divulgar o balanço do uso da ferramenta no primeiro turno, a CBF apontou uma queda no número de erros capitais.
" Eu enxergo o copo meio cheio. O auxílio do VAR é indispensável hoje em dia " enfatizou, na ocasião, Leonardo Gaciba, presidente da comissão de arbitragem.
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