Entre o bom senso e a paixão
Cora Rónai
Cora Rónai
Há novos topos de linha Galaxy no mercado e, como costuma acontecer nessas ocasiões, há uma dúvida corroendo o coração dos early adopters, aquela tribo para quem tecnologia é (quase) tudo e que quer ter sempre o que há de mais novo e de mais poderoso em mãos: onde apostar as suas fichas? Qual modelo comprar? A situação se complica na atual temporada porque, além de três diferentes modelos do S20, o sucessor do S10, há dois dobráveis no portfólio da Samsung, o Fold, que chegou há pouquíssimo tempo ao Brasil, e o ZFlip, que chegará em breve. E agora?
Um smartphone não é um brinquedo barato. Para a maioria de nós " mesmo para muitos early adopters " é uma compra pesada, que implica o compromisso de várias prestações. Um erro de escolha não é o fim do mundo, mas é uma frustração.
Sempre acreditei que tecnologia não é área para economizar. Aparelhos mais caros não são mais caros à toa. O meu conselho é: quando comprar um smartphone, gaste o máximo que puder. Não há nada na sua vida, pessoa ou objeto, com que você conviva mais.
De modo que, em tese, a charada estaria resolvida com o S20 Ultra, não só o aparelho mais poderoso da Samsung, como o smartphone mais poderoso que já vimos até aqui, ponto. Ele tem uma câmera de 108MP com um inédito zoom de 100x, bateria de 5000 mAh, até 16GB de RAM e 512GB de armazenamento interno. Mas com 6,9 polegadas e 220 gramas, ele também é grande e é um pouco mais pesado do que seria confortável.
S20+ e S20, com 6,7 e 6,2 polegadas respectivamente, e pesando 186g e 163g, também têm ótimo desempenho, e podem ser opções para quem não quer um celular tão volumoso; eles também têm câmeras excepcionais, de 64MP, com zoom de 30x. E dividem com o Ultra uma capacidade chamada Single Take que, possivelmente, vai ter mais impacto no cotidiano dos seus usuários do que o próprio zoom: com ele, a câmera faz, ao mesmo tempo, tudo o que consegue fazer, de captura de vídeos a fotos, imagens em grande angular, fotos dinâmicas, cortes especiais e toda uma série de gracinhas, para ninguém precise se angustiar se, diante de uma cena única, fará foto ou vídeo.
Comparados com esses superpoderes, Galaxy Fold e Galaxy Z Flip são aparelhos modestos. Suas câmeras são ótimas, mas não sapateiam nem fazem juras de amor eterno para o usuário.
O que os dois têm a seu favor é que dobram, e isso ainda é um feito raríssimo no universo smartphone. O Galaxy Fold dobra ao comprido e se transforma em um pequeno tablet quando aberto. É muito interessante. Mas o Galaxy Z Flip dobra ao meio, cabe no bolso, faz sentido e é supersexy. Custam o PIB da Bolívia? Custam, mas são apaixonantes.
A família S20 é a escolha de bom senso, potência máxima, que não tem erro, o Rolls Royce sólido que compra quem pode, usa quem tem juízo. Galaxy Fold e Galaxy Z Flip são paixões, Porsches conversíveis que seduzem pela engenharia e pelas suas curvas, e que todo mundo se vira para olhar na rua.