Dívida argentina não é sustentável, diz fmi
A dívida da Argentina "não é sustentável" e o país requer que os credores privados contribuam para ...
A dívida da Argentina "não é sustentável" e o país requer que os credores privados contribuam para torná-la sustentável, concluiu ontem o FMI em um comunicado ao fim de sua missão em Buenos Aires.
"É necessária uma operação de dívida definitiva, que gere uma contribuição apreciável dos credores privados, para ajudar a restaurar a sustentabilidade da dívida com uma alta probabilidade", afirmou a entidade.
A declaração foi dada enquanto o Fundo concluía uma visita de uma semana à Argentina, que tenta evitar o default em cerca de US$ 100 bilhões em empréstimos e títulos depois que o país foi afetado no ano passado por uma combinação de recessão, inflação alta e crise no mercado. Foi a primeira visita do Fundo a Buenos Aires sob o governo de Alberto Fernández.
A dívida pública global do país supera os US$ 311 bilhões, mais de 90% do Produto Interno Bruto argentino.
Os débitos argentinos com o FMI alcançam os US$ 44 bilhões. Dois meses após tomar posse, o presidente Alberto Fernández disse que a dívida atual é impagável e pediu para o FMI e os credores renegociarem o prazo, o valor e os juros.
‘pedido de desconto’
A Argentina havia quitado sua dívida com o FMI em 2006, mas no governo de Mauricio Macri (2015-2019) assumiu o maior empréstimo de sua história, de US$ 57 bilhões.
Com o país em recessão há quase dois anos e uma taxa de pobreza que chega a quase 40% da população, Fernández suspendeu as parcelas do FMI quando já somavam US$ 44 bilhões de endividamento.
" Eles estão basicamente pedindo um grande desconto " disse Gabriel Zelpo, diretor da consultoria econômica Seido, acrescentando que o movimento deu ao ministro da Argentina margem para pedir aos credores que assumam perdas.
Ele acrescentou que a declaração é negativa para os detentores de dívidas e significa negociações potencialmente mais duras.