Bolsa sobe 4,25% e chega ao maior patamar desde março
O mercado financeiro começou a semana no terreno positivo. O Ibovespa, principal índice da Bolsa, ...
O mercado financeiro começou a semana no terreno positivo. O Ibovespa, principal índice da Bolsa, fechou em forte alta de 4,25%, aos 85.663 pontos. É o maior patamar desde o dia 10 de março, quando fechou em 92.214 pontos. O dólar encerrou em queda de 2,25%, a R$ 5,45, na menor cotação desde 30 de abril, quando fechou a R$ 5,43.
Após uma semana de expectativa em relação ao vídeo da reunião ministerial do dia 22, divulgado após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira, a avaliação do mercado era de "alívio político", sem desdobramentos imediatos do caso, que trata da acusação do ex-ministro da Justiça Sergio Moro de que o presidente Jair Bolsonaro tentou intervir na Polícia Federal.
" A leitura do mercado é de que não houve uma bala de prata. Esperava-se algo mais crítico. As falas de alguns ministros causaram preocupação, como o da Educação (Abraham Weintraub, que sugeriu mandar prender os ministros do STF) " afirmou Sérgio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados, acrescentando que uma análise mais detalhada das declarações pode trazer novos desdobramentos.
Sean Butler, gestor da Golf Invest, destacou ainda, com base no mesmo vídeo, o apoio do presidente Bolsonaro ao ministro da economia, Paulo Guedes.
AÇÕES DO BB EM ALTA
No cenário interno, Álvaro Bandeira, economista-chefe do banco Modalmais, destacou o avanço das ações do Banco do Brasil, uma das mais altas do Ibovespa. O papel ordinário (ON, com direito a voto) do banco subiu 10,49%, cotado a R$ 31,50. Segundo ele, o avanço foi um reflexo da declaração de Guedes, na reunião ministerial do dia 22, de que o BB poderia ser privatizado.
" Essa declaração impulsiona as ações do banco, embora seja difícil o governo seguir com esse projeto neste momento " disse Bandeira.
Entre as maiores altas da B3 ainda se destacam as ações da Via Varejo (dona das redes Casas Bahia e Pontofrio), com alta de 15,57% e CVC (+13,07%). Segundo analistas, são ações que ficaram baratas, e os investidores aproveitaram para ir às compras.
Segundo Pablo Syper, diretor da Mirae Asset, a semana será marcada pela divulgação de indicadores, como o PIB no Brasil e nos EUA. Destaque para a proibição de brasileiros de entrarem nos EUA, medida anunciada domingo.
A pesquisa Focus do Banco Central apontou que o PIB deve ter queda de 5,89% em 2020. A previsão anterior era de 5,12% de queda. Para 2021, a estimativa de crescimento subiu 0,3 ponto percentual, para 3,50%.
Em apresentação divulgada pelo Banco Central, o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, reiterou a mensagem da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), apontando um último ajuste nos juros. A Selic está em 3% ao ano.
"O Comitê reconhece que se elevou a variância do seu balanço de riscos e ressalta que novas informações sobre os efeitos da pandemia, assim como uma diminuição das incertezas no âmbito fiscal, serão essenciais para decidir seus próximos passos", diz a apresentação. (Bruno Rosa)