Chamado por bolsonaro para levar ajuda, temer pede permissão judicial
O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que enviará alimentos e medicamentos ao Líbano, após a ...
O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que enviará alimentos e medicamentos ao Líbano, após a explosão que atingiu o porto de Beirute. Ele prometeu o envio de um navio com 4 mil toneladas de arroz " o estoque de cereais libanês foi comprometido pela explosão, que atingiu silos no porto " e um avião com "medicamentos e insumos básicos de saúde, reunidos pela comunidade libanesa radicada no Brasil". O presidente disse ainda que mandará uma equipe técnica para auxiliar na investigação da explosão.
Bolsonaro revelou ter convidado o ex-presidente Michel Temer, descendente de libaneses, para chefiar a missão. Em nota, Temer disse estar honrado pelo convite, afirmando que, "quando o ato for publicado no Diário Oficial, serão tomadas as medidas necessárias para viabilizar a tarefa".
Temer não pode sair do país sem autorização judicial porque é acusado de corrupção passiva e outros crimes no âmbito da Operação Lava-Jato no Rio. Ele sofreu duas prisões preventivas em 2019. Na última, o STJ trocou a prisão por medidas cautelares, incluindo a proibição de deixar o país sem aval judicial. Temer já comunicou à Justiça a intenção de ir ao Líbano. Ele já conseguiu a permissão judicial para dar palestras nas universidades de Oxford, no Reino Unido, em outubro passado, e de Salamanca, na Espanha, em dezembro.
A assessoria do ex-presidente disse que a viabilização da missão ao Líbano, mencionada na sua nota de ontem, não está relacionada à autorização para viajar, e sim à organização da viagem. Nesta segunda, ele deverá se reunir com um grupo de empresários na sede da Fiesp para conseguir mais doações para o Líbano.
Embora o presidente só tenha anunciado ontem o convite a Temer, os dois têm conversado sobre uma possível ação do Brasil desde o dia da explosão, na última terça-feira.
Bolsonaro falou sobre a ajuda ao Líbano na videoconferência organizada pelo governo francês e a ONU. Ele fez uma transmissão ao vivo de sua participação no evento.
" O Brasil é lar da maior diáspora libanesa do mundo. Dez milhões de brasileiros de ascendência libanesa formam uma comunidade trabalhadora, dinâmica e participativa, que contribui de forma inestimável com o nosso país. Tudo o que afeta o Líbano nos afeta como se fosse o nosso próprio lar e a nossa própria pátria " declarou.