Emprego na amazônia legal vem de serviços e setor público
Um mercado de trabalho sustentado pelos serviços públicos e privados: é assim que as pesquisas ...
Um mercado de trabalho sustentado pelos serviços públicos e privados: é assim que as pesquisas mostram a situação nas cidades que formam a Amazônia Legal, uma região que reúne 772 municípios distribuídos pelos estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão. A agropecuária, na contramão, vem cortando vagas. O retrato integra o projeto Amazônia 2030, que se propõe a preparar um plano de ação para desenvolvimento humano na região.
Segundo o economista Gustavo Gonzaga, professor da PUC, uma das quatro entidades que formam o projeto, o dinamismo econômico se concentra nas cidades, e o setor de serviços é o que mais emprega. Entre 2012 e 2019, a ocupação em serviços cresceu 28,3%, mas na agropecuária caiu 16%.
" Enquanto o emprego em geral subiu 5% em oito anos, na agropecuária caiu bem. As áreas desmatadas destinadas a pastagens aumentaram, mas não estão gerando emprego. Os setores que sustentam a ocupação são o público e os serviços, nas cidades " explica Gonzaga, que conduziu a pesquisa com Francisco Cavalcanti e a demógrafa Flávia Alfenas, todos da PUC-Rio.
Em estudo anterior, os pesquisadores já haviam mostrado que a informalidade é bem maior na Amazônia: enquanto na média brasileira alcança 40% dos trabalhadores, lá atinge 60%.
Mas, com o aumento do emprego no setor de serviços, veio a queda do salário. A renda, que já era baixa, caiu 6% no período, a R$ 1.426, abaixo da média dos ocupados, diante da alta informalidade, de 63,4%.
propostas aos candidatos
O setor público, o segundo maior empregador da região, cresceu 21,6% no período, com contratação nas áreas de saúde, educação e segurança. Essa concentração no setor público mostra que há pouco dinamismo no setor privado para criar empregos na região, segundo Gonzaga.
O projeto reúne o Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o Centro de Empreendedorismo da Amazônia, a Climate Policy Initiative (CPI) e o Departamento de Economia da PUC-Rio.
" A ideia do projeto no final é fazer propostas aos candidatos a presidente da República. São mais de 50 projetos, bem diversos.