Órgão americano prepara ação antitruste contra amazon

A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC na sigla em inglês) está preparando um possível processo contra a Amazon, que pode ser aberto nos próximos meses, segundo pessoas a par das investigações. Os argumentos que o órgão está preparando e o cronograma para a apresentação de uma queixa ainda estão em andamento, disseram as fontes.
A FTC, que analisa casos antitruste e de proteção ao consumidor, investiga os negócios de varejo da gigante do comércio eletrônico desde 2019. Mais recentemente, incluir aquisições como a da MGM, por US$ 8,45 bilhões, e políticas de cancelamento relacionadas ao serviço Amazon Prime.
A gigante do varejo tem ainda dois acordos sob análise antitruste na FTC: a aquisição de US$ 3,5 bilhões da empresa de saúde 1Life Healthcare, controladora da One Medical, e o acordo de US$ 1,65 bilhão para comprar a iRobot Corp., fabricante de robôs aspiradores.
Esses acordos poderiam ser incluídos em uma reclamação antitruste da FTC, disseram as fontes.
No ano passado, o estado da Califórnia processou a Amazon, dizendo que a empresa força comerciantes terceirizados a concordarem com políticas que levam a "preços artificialmente altos" para os consumidores.
O processo, que está em andamento e pode demorar anos, acusa a Amazon de punir os comerciantes que oferecem preços mais baixos em outros sites. Segundo as fontes, o escritório do procurador-geral da Califórnia e a FTC entraram em contato durante suas respectivas investigações.
Pequenos comerciantes que colocam seus produtos no merketplace da Amazon reclamam há anos sobre o que consideram um relacionamento unilateral. Eles acusam a empresa de aplicar arbitrariamente suas regras e de ser lenta a responder quando algo dá errado. Segundo eles, a Amazon oculta seus produtos quando eles oferecem preços mais baixos em outros sites, como o do Walmart.
Na UE, acordo
Em uma carta de 2019 aos legisladores federais, um comerciante acusou a Amazon de forçá-lo, e a outros vendedores, a usar os caros serviços de logística da empresa, o que faz com que eles tenham de cobrar preços maiores.
Na carta, a Amazon é acusada de "amarrar" seus serviços de mercado e logística, uma possível violação antitruste " caso em que uma empresa usa seu domínio em um mercado para obter vantagem em outro onde está menos estabelecida.
Essa reclamação chamou a atenção dos reguladores da União Europeia (UE), que chegaram a um acordo com a Amazon em dezembro. Neste, a gigante do varejo prometeu parar de usar dados não públicos de vendedores independentes em seu marketplace.
Os vigilantes dos direitos do consumidor ainda acusam a Amazon de usar práticas enganosas para manter os usuários pagando pelo programa Prime.
A atual presidente da FTC, Lina Khan, ganhou fama em 2017, quando era estudante de Direito na Universidade de Yale, com um documentoo sobre possíveis violações antitruste da Amazon.
FTC e Amazon não quiseram comentar.