Diniz pode unificar todos os títulos do continente
Fernando Diniz tem a possibilidade de atingir um feito inédito no futebol. Ele pode ser, por sete ...
Fernando Diniz tem a possibilidade de atingir um feito inédito no futebol. Ele pode ser, por sete dias, o técnico detentor de todos os títulos de clubes do continente: a Libertadores, da qual o Fluminense ainda é o atual campeão (o deste ano será conhecido daqui a uma semana), a Recopa e a Copa Sul-Americana. Este último troféu será decidido hoje, às 17h (de Brasília) entre seu Cruzeiro e o Racing-ARG, em Assunção, no Paraguai.
Apesar disso, as diferenças são muitas entre as duas primeiras finais e a de agora. Se o Diniz do Fluminense vivia seu auge como técnico e era tão querido pela torcida quanto os principais jogadores do elenco, o do Cruzeiro cambaleia neste início de passagem pelo clube mineiro. Enquanto a Libertadores consagrou seu trabalho no tricolor, o título hoje pode acalmar os questionamentos e dar um pouco mais de paz ao treinador em Belo Horizonte.
Diniz estreou há menos de dois meses no Cruzeiro. Na última quarta-feira, contra o Corinthians, completou dez jogos. Foram apenas duas vitórias, com quatro empates e quatro derrotas. Os 33,3% de aproveitamento do time sob seu comando são inferiores ao índice registrado no mesmo número de jogos antes de sua chegada, com Fernando Seabra: 43,3%. Diante disso, natural que o novo treinador já seja visto sob desconfiança.
A relação com a torcida ainda é instável. Na derrota para o Flamengo, no Independência, Diniz foi atingido por um copo arremessado da arquibancada. Ficou com as costas molhadas, mas não reagiu.
O técnico levou seis partidas para vencer diante dos torcedores. O primeiro triunfo em casa veio no 2 a 1 sobre o Criciúma, no último dia 9, no Mineirão. Ali, mostrou que sua tática não se restringe ao jogo. Correu para o gramado, conduziu os jogadores até um dos gols para cumprimentarem a torcida e puxou a "saudação viking", interação entre time e arquibancada que se tornou popular na campanha da Série B em 2022.
" É uma história recente do Cruzeiro de muito sofrimento. A torcida sofreu demais em um passado recente. E ela, mais que ninguém, merece essa conquista. A gente está empenhado para que isso aconteça " afirmou o técnico em entrevista à Conmebol.
O Cruzeiro vai decidir a Sul-Americana no Estádio General Pablo Rojas, conhecido como La Nueva Olla, na capital paraguaia. A tendência é de maioria da torcida apoiando os argentinos.
Em caso de conquista, mesmo se tratando do segundo torneio na hierarquia da Conmebol, não será exagero dizer que a América será "Dinizista". Ao menos por uma semana.