Domingo, 07 de Diciembre de 2025

Bruno henrique se livra de suspensão e só pagará multa

BrasilO Globo, Brasil 14 de noviembre de 2025

virada no tribunal

virada no tribunal
Chegou ao fim a batalha judicial de Bruno Henrique no Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Após encarar meses de processo em um caso de manipulação esportiva, referente a um cartão amarelo recebido em novembro de 2023 para supostamente beneficiar apostadores, o camisa 27 está livre para jogar pelo Flamengo. Condenado em primeira instância a cumprir 12 jogos de suspensão e pagar uma multa de R$ 60 mil, ele foi absolvido do gancho ontem pelo Pleno do STJD. Ao mesmo tempo, viu a sanção financeira aumentar e terá de pagar R$ 100 mil.
Na audiência realizada na tarde de ontem, no Centro do Rio, seis dos nove auditores formaram maioria para decidir pela condenação no artigo 191, inciso III, que fala sobre um descumprimento geral no regulamento de uma competição, sem uma infração específica. Este ponto é mais brando que os outros do Código Brasileiro de Justiça Desportiva no qual o atleta foi denunciado, o 243 ("atuar, deliberadamente, de modo prejudicial à equipe que defende") e o 243-A ("atuar de forma contrária à ética desportiva, com o fim de influenciar o resultado de partida"), e tem como punição máxima a multa de R$ 100 mil. Bruno ainda será julgado pela Justiça comum.
Vice reclama da multa
O julgamento do Pleno tinha começado na segunda-feira, mas um auditor pediu vista e ele só foi retomado ontem. Diferentemente do início da semana, Bruno Henrique não esteve presente no auditório do STJD, mas entrou remotamente. Além disso, foi representado por Michel Asseff Filho, advogado do Flamengo; Alan Flávio, advogado pessoal; Flávio Willeman, vice-presidente geral e jurídico do clube; e o empresário Denis Ricardo.
Após a sessão, Willeman enalteceu a decisão do STJD, mas ressaltou que não ficou satisfeito com a multa.
" O tribunal vem desempenhando um papel extremamente importante na condução do esporte brasileiro, não se curvando a pressões externas para instruir e realizar os seus julgamentos. Assim me manifestei quando o Bruno Henrique saiu condenado em primeira instância e assim o faço novamente " disse o vice-presidente. " Não saí 100% satisfeito com o julgamento porque o atleta ainda foi punido, mas o recado que eu queria deixar em nome do Flamengo é a confiança na Justiça Desportiva Brasileira.
Já Asseff ressaltou que o clube "nem deveria comemorar decisões como essa":
" A gente não deveria nem estar aqui, a verdade é essa. O Flamengo entende que os atletas têm que tomar cuidado. Acho que é o que a gente precisa nesse atual mundo de apostas.
Bruno Henrique havia sido condenado em primeira instância por forçar um cartão amarelo em um jogo do Brasileirão de 2023, contra o Santos, em Brasília. Ele passou a informação de que levaria o cartão ao irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, que repassou a mais três apostadores.
O auditor Marco Aurélio Choy, que pediu vista no início da semana, abriu a sessão de ontem seguindo o relator do processo, Sérgio Henrique Furtado Coelho Filho. Ele pediu condenação do atacante com uma pena mais branda em relação à original: apenas multa. Os auditores Rodrigo Aiache e Antonieta da Silva também acompanharam a decisão. O auditor Marcelo Bellizze deu o voto decisivo.
Já os auditores Maxwell Vieira, Mariana Barreiras e Luiz Felipe Bulus pediram a suspensão do atleta. Os dois primeiros, por 270 dias, seguindo o artigo 243; e o último, em 12 jogos, seguindo o 243-A.
O presidente Luis Otávio Veríssimo finalizou refutando os artigos 243 e 243-A, por não acreditar que a ética do futebol foi ferida, e também votou pela condenação no artigo 191.
" Se é relevante ou não o compartilhamento de informação, eu acho que é, fato é que não é relevante para suspensão no futebol " disse o presidente do STJD, Luís Otávio Veríssimo.
A decisão não foi tomada de maneira unânime, mas a defesa conseguiu convencer grande parte dos auditores de que o cartão forçado por Bruno Henrique não foi tomado para prejudicar o clube. Ao invés disso, fazia parte de uma estratégia para que ele ficasse suspenso no jogo seguinte, contra o Fortaleza, e pudesse atuar contra o Palmeiras. A defesa também argumentou que não houve informação privilegiada, por esta "tática" ser rotineira no futebol.
Esta era a última instância possível no STJD e, conforme apurou o GLOBO, é improvável que a Procuradoria recorra a um órgão superior para que Bruno Henrique seja punido pelo lance em questão. O que a defesa ainda se atenta é à denúncia que corre na Justiça Comum. Em abril, a Polícia Federal indiciou o jogador por fraude esportiva e ele foi denunciado pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) no artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que pode gerar até prisão. Ele ainda será julgado nessa esfera.
Jogo com o Sport amanhã
Enquanto isso, Bruno Henrique pode atuar já amanhã, às 18h30, quando o Flamengo visita o Sport em jogo atrasado do Brasileirão. A partida acontece em meio à data Fifa, e o técnico Filipe Luís terá sete desfalques por convocação.
Já os uruguaios Arrascaeta, Varela e Viña, o colombiano Carrascal e o equatoriano Plata retornarão em um avião próprio do Flamengo depois dos jogos de suas seleções nos Estados Unidos. Os jogadores chegarão no dia do clássico e serão avaliados. Ainda não há certeza sobre a utilização deles no compromisso pelo Brasileiro.
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