Rubro-negros no ônibus têm que dançar para avançar

Após ficar quase nove horas parados na região de Tarapacá, no Norte do Chile, o ônibus que leva os torcedores do Flamengo para a final da Libertadores em Lima , no Peru, foi liberado para seguir viagem. Mas não antes de um pedido, no mínimo, curioso. Mascarados e com arame farpado nas mãos, os manifestantes pediram aos rubro-negros descessem para a rua e dançassem com eles. E, claro, foram atendidos.
O protesto é contra uma usina de minério, perto da estrada, e os manifestantes têm a intenção de bloquear a chegada dos caminhões ao local. O segurança da Buser, proprietária do ônibus, conversou com os manifestantes, que informaram que esse era apenas um dos protestos programados para o dia. Nas manifestações que ocorrem no país há mais de um mês, o Chile tem sido palco de protestos que começaram em repúdio a um aumento da tarifa do metrô de Santiago, depois cancelado, e se transformaram em uma revolta contra o modelo socioeconômico do país. o bloqueio de ruas e estradas tem sido constante. A iniciativa dos manifestantes de pedir que motoristas e passageiros cantem e dancem na rua para poder passar é comum. A polícia chilena informou que havia três barricadas ao longo da principal avenida de Pozo Almonte, a única que dá acesso para Arica, cidade à qual o ônibus precisa chegar para rumar para a fronteira com o Peru. O ônibus chegou em Pozo Almonte às 4h (de Brasília) e só venceu os dois primeiros bloqueios às 8h30. Pelo trajeto, pneus queimados, carros incendiados, arames farpados e cacos de vidro. Diversos carros traziam mais materiais para os manifestantes.