Miércoles, 25 de Diciembre de 2024

Governo estuda antecipar compra de bilhetes aéreos

BrasilO Globo, Brasil 8 de abril de 2020

Para dar fôlego financeiro às companhias aéreas, um dos segmentos mais afetados pela crise do ...

Para dar fôlego financeiro às companhias aéreas, um dos segmentos mais afetados pela crise do coronavírus, o governo federal estuda comprar de forma antecipada pelo menos R$ 300 milhões em passagens para serem usadas em viagens a trabalho no serviço público no futuro.
Os bilhetes serão adquiridos com desconto, segundo técnicos da equipe econômica. Os percentuais podem variar entre 5% e 10%, mas isso ainda depende das negociações em curso com as aéreas. Em 2019, o gasto do governo com passagens somou R$ 768,4 milhões, considerando rotas domésticas e internacionais.
Em outra frente, o Ministério de Infraestrutura está discutindo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) o compartilhamento de voos domésticos (codeshare) entre Latam, Gol e Azul. Dessa forma, o passageiro que comprar um bilhete de determinada aérea poderá voar em outra.
A medida reduzirá ainda mais a malha aérea doméstica, que caiu de 2,8 mil voos diários para cerca de 190, número fechado com o governo e as empresas para manter as ligações em todas as capitais do país. Segundo um executivo do setor, as companhias têm acumulado prejuízos mesmo com poucos voos porque as aeronaves estão voando com ocupação muito baixa. O codeshare vai permitir evitar a sobreposição de voos.
Ainda segundo essa fonte, o principal vetor das empresas hoje é explorar o "porão da aeronave", ou seja o transporte de carga, porque os passageiros sumiram. Não há mais viagem de avião a passeio, só a trabalho e em situações em que não é possível adiar o voo.
O setor tem sido demandado para o despacho de equipamentos e produtos médicos necessários ao combate ao coronavírus em diferentes regiões do país.
As companhias aéreas contam com o apoio do Ministério da Infraestrutura para melhorar as condições de uma linha de financiamento em negociação com o BNDES. A operação prevê a compra de debêntures (títulos de dívida) a serem emitidas pelas empresas e é considerada a principal medida do governo federal para ajudar o setor a atravessar a crise.
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