Martes, 15 de Julio de 2025

Em crise com a rússia, líder da ucrânia quer adesão à otan

BrasilO Globo, Brasil 7 de abril de 2021

Em meio à tensão provocada por exercícios militares russos perto do Leste da Ucrânia, palco de um ...

Em meio à tensão provocada por exercícios militares russos perto do Leste da Ucrânia, palco de um conflito de sete anos entre as forças de Kiev e separatistas pró-Moscou, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, subiu o tom do confronto ontem ao pedir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que estabeleça um caminho para que seu país se junte à aliança militar liderada pelos Estados Unidos.
" A Otan é a única maneira de acabar com a guerra em Donbass " disse Zelensky ao secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, por telefone, de acordo com um comunicado do governo ucraniano.
Donbass, a região da bacia do Rio Don, é onde o conflito é mais intenso. Segundo Zelensky, um plano de ação que defina o caminho de entrada da Ucrânia na aliança militar "será um sinal real para a Rússia".
A incorporação à Otan de ex-repúblicas soviéticas, como os países do Báltico, e de nações que integravam o bloco soviético no Leste Europeu tem sido uma das principais queixas da Rússia em relação ao comportamento dos EUA e seus aliados europeus depois do fim da Guerra Fria e da própria União Soviética.
advertências do kremlin
Em resposta a Zelensky, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que os habitantes do Leste da Ucrânia não aceitariam a adesão do país à Otan, e que a retórica "beligerante" de Kiev agravaria ainda mais a situação do conflito. Já a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse que o governo Biden tem discutido as aspirações de Kiev, mas que a decisão sobre o ingresso na Otan é da aliança.
A guerra no Leste da Ucrânia se intensificou nas últimas semanas. Os combates entre as forças ucranianas e os separatistas pró-Rússia, respaldados militar e politicamente pelo Kremlin, são os piores em vários meses. O conflito já causou a morte de 14 mil pessoas.
Moscou elevou a tensão ao mobilizar tropas próximo à Ucrânia, que por sua vez reforçou suas unidades no Leste do país e perto da Península da Crimeia, que a Rússia tomou e anexou em 2014. Os movimentos militares russos servem como teste para o apoio da União Europeia e dos EUA a Kiev, marcando uma nova disputa no pior momento das relações entre a Rússia e o Ocidente em várias décadas.
O Kremlin acusa a Ucrânia de aumentar a tensão e de fazer "provocações" para intensificar as hostilidades e conduzir a uma guerra aberta. Porém, negou que suas movimentações sejam preparativo para um ataque e defendeu seu direito de mobilizar o Exército dentro de seu próprio território a fim de garantir a segurança da Rússia, algo que Peskov, o porta-voz do Kremlin, descreveu como "necessário" diante da "maior atividade" da Otan.
oito tréguas já rompidas
A Rússia não representa uma ameaça para nenhum país do mundo, salientou Peskov na segunda-feira. O chanceler russo, Sergei Lavrov, também advertiu que um recrudescimento do conflito militar em Donbass, do qual o Kremlin sempre negou participar, poderia "destruir" a Ucrânia.
A morte de quatro soldados ucranianos ao norte da linha de contato na cidade de Donetsk, em 26 de março, terminou de dinamitar o frágil cessar-fogo definido em julho passado. A trégua, que tinha sofrido violações constantes, foi a oitava a ir pelos ares desde 2018. A Ucrânia agora acusa Moscou de "maquiar" com os novos movimentos militares o que na verdade seriam manobras de "grupos táticos", segundo Ruslan Khomchak, comandante do Exército do país.
Desde o começo do ano, 19 militares ucranianos morreram no conflito, desencadeado depois da mobilização popular que derrubou o presidente Viktor Yanukovich, aliado do Kremlin, e da anexação da Crimeia pela Rússia, após um referendo considerado ilegal pela comunidade internacional. A guerra perdeu intensidade em 2015, depois dos acordos de Minsk entre a Rússia e a Ucrânia, negociados pela França e a Alemanha. Entretanto, o pacto não chegou a ser totalmente implementado.
Os EUA e o bloco europeu, que impuseram sanções a Moscou por anexar a Crimeia, apoiam economicamente a Ucrânia. Washington, além disso, dá assistência militar.
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