Após presidente, diretoria da refer é exonerada
O Conselho Deliberativo da Refer, fundo de pensão de ferroviários, decidiu exonerar toda a ...
O Conselho Deliberativo da Refer, fundo de pensão de ferroviários, decidiu exonerar toda a diretoria da fundação. A decisão foi tomada uma semana após o colegiado ter afastado o presidente da instituição, Nilton Vassimon, por ações consideradas suspeitas nas áreas jurídica e patrimonial. Na sexta-feira, a Polícia Federal abriu investigação.
O diretor de Seguridade da fundação, Alcione Menezes Filho, foi exonerado em reunião extraordinária ontem. A Refer será comandada, sem prazo definido, pelo conselho.
Vassimon, o presidente afastado, nega ter cometido irregularidades. Ele chegou a entrar com dois pedidos de liminares no Tribunal de Justiça do Rio para voltar ao cargo, mas foram negados. Também apresentou agravo de instrumento contra o indeferimento das liminares.
Segundo o regimento da Refer, a decisão é terminativa, não cabe recurso, e indica que Menezes teria sido exonerado por ter sido corresponsável pelos problemas que levaram ao desligamento de Vassimon.
Menezes foi assessor da CBTU, hoje a principal estatal patrocinadora da Refer, que tem patrimônio de R$ 6,5 bilhões.
Além das supostas irregularidades apontadas, o conselho vê relação entre a diretoria afastada e o ex-governador do Rio Wilson Witzel, afastado do cargo por impeachment, em junho do ano passado.
No dia 20 de maio deste ano, o ex-secretário de Transportes do governo Witzel Delmo Manoel Pinho foi nomeado assessor do gabinete de Vassimon.
O presidente exonerado, porém, nega ter sido indicado ao cargo por Wiltzel. Ele é egresso da Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística, vinculada à Secretaria Estadual de Transportes.
Na ata da reunião da semana passada, o Conselho Deliberativo apontou supostas irregularidades na contratação de um escritório de advocacia e no aluguel de espaço onde funcionaria a nova sede da Refer.
Menezes diz que os conselheiros querem trazer de volta Carlos Alberto Pinto da Silva, que integrou a gestão do fundo condenada a pagar R$ 142 milhões por prejuízos à entidade:
" Parece que foi uma represália, que os conselheiros querem que todos esses contratos de prestadores de serviços sejam cancelados.
Carlos Alberto Pinto da Silva não foi localizado.
A PF determinou a distribuição de ofícios e intimações ao Tribunal de Contas da União (TCU), Previc (órgão regulador) e Refer. O objetivo é esclarecer os motivos da indicação de Silva como diretor financeiro. Ele havia sido exonerado pelo Conselho Deliberativo em razão de investigação em três inquéritos por gestão temerária e fraudulenta. Chamou a atenção da PF o fato de ele estar sendo reconduzido pelos conselheiros que o exoneraram. A palavra final sobre a indicação, porém, caberá à Previc. O conselho diz, em nota, que está reparando uma injustiça e que a gestão de Silva foi alvo de conluio político.