Empresa usa ia nas câmeras para garantir qualidade das fotos
Transformar todo o potencial dos algoritmos, aprendizado de máquina e inteligência ...
Transformar todo o potencial dos algoritmos, aprendizado de máquina e inteligência artificial em novas soluções para as câmeras fotográficas do iPhone tem sido um dos maiores desafios e objetivos atuais da Apple. Em entrevista ao GLOBO, Jon McCormack, vice-presidente de Engenharia de Software de Câmeras da companhia, revela que a estratégia é reduzir a complexidade das configurações para o usuário com uma maior automatização na hora de fazer uma foto ou gravar um vídeo.
" O mais importante é que temos que inventar maneiras de pegar toda essa ciência maluca e a "Arte da Fotografia" e colocar tudo isso atrás de um botão " diz McCormack.
Segundo ele, não é preciso inventar novas maneiras de pensar a fotografia porque ela existe há cerca de 200 anos:
" Se você pensar sobre como era antes, você teria o maior e melhor pedaço de vidro e de filme. Agora, você tem uma pequena lente e um pequeno sensor. E estamos obtendo uma melhor qualidade de imagem.
esconder complexidade
Na semana passada, a Apple anunciou quatro versões do iPhone 15 com mudanças na sua câmera. Agora, em todos os modelos, dos mais básicos aos mais avançados, a integração entre software e hardware permite captar, por exemplo, imagens no modo "retrato" de forma automática mesmo quando o usuário estiver usando outro formato.
" Sempre que você passa pensando nas configurações da câmera e em como captar a imagem, você está se afasta daquilo está tentando fotografar " observa McCormack.
Ele afirma que o foco é investir em inteligência artificial na câmera, em vez de aumentar a resolução a qualquer custo. McCormack cita os investimentos da companhia no chip próprio, o Apple Silicon (em substituição aos chips da Intel), a fim de ter controle em todas as etapas.
" Quando pensamos numa mudança na lente, pensamos o que podemos fazer em IA ou na CPU (processador). E a câmera é um ótimo exemplo dessa estratégia de reunir o poder de computação de hardware e software. O desafio que estabelecemos para nós mesmos é pegar toda essa complexidade louca, todo esse tipo de compreensão da luz, de óptica, exposições e coisas assim, e apenas escondê-la atrás de um grande botão " diz McCormack.
Por isso, ele descarta a ideia de que os futuros iPhones tenham resolução de até 100 megapixel (MP), como vêm fazendo algumas empresas asiáticas. Segundo ele, "não é muito útil." No iPhone 15, a Apple investiu em uma qualidade de imagem de até 48MP e zoom óptico que chega a 10 vezes nas versões Pro.
" Se for necessário, aumentaremos. Mas olhamos para o consumidor e vemos se é realmente preciso, pois mais resolução ocupa mais espaço e exige muito processamento. Se olharmos as mídias sociais, eu filmo em 4K (de altíssima velocidade), mas posto em resolução de 1.080 pixels (Full HD). E aí fazemos aquela pergunta: isso realmente ajuda o cliente? " questiona McCormack.
Ele admite, no entanto, que ainda "há muito a ser feito no iPhone":
" Na hora da foto, vários frames se combinam para captar o máximo de luz, resolução e detalhes. E então é identificado tudo que está na moldura. Como as pessoas têm tons de pele diferentes, precisaremos desenvolvê-los de forma diferente.
Maxime Veron, diretor sênior de Marketing de Produto da Apple, ressalta que os usuários querem uma câmera "que respeite seu tom natural de pele, que dê a representação autêntica sem qualquer filtro":
" Você realmente precisa que todo o sistema esteja sincronizado para todas as informações se misturarem perfeitamente. É tratar tudo que está na imagem de forma diferente. Então temos o processador gráfico e a CPU que nos permitem fazer todos os cálculos. É entender que é uma pele na imagem e não apenas um grupo de pixels. (Bruno Rosa)