Sábado, 19 de Julio de 2025

Cultivo de mirtilo avança no interior de sp e do rio

BrasilO Globo, Brasil 7 de noviembre de 2023

José Antonio Machado, nascido na roça de Borborema (SP), trocou a plantação de eucalipto e ...

José Antonio Machado, nascido na roça de Borborema (SP), trocou a plantação de eucalipto e palmito por uma cultura diferente há sete anos. Foi buscar ajuda em viveiros estrangeiros, contratou um engenheiro agrônomo peruano para cuidar do cultivo e se tornou o maior produtor do Brasil de mirtilo, frutinha azul que muita gente conhece por blueberry, seu nome em inglês.
A fruta chegou ao país na década de 1980, mas até poucos anos tinha o plantio limitado à Região Sul, já que é típica de áreas de clima mais ameno. Porém tem avançado para outras paragens, como o interior de São Paulo e do Rio de Janeiro. Não há dados oficiais sobre a área plantada com mirtilo, mas a estimativa no mercado é que passe de 500 hectares.
A demanda pela fruta rica em vitamina C " e que, segundo estudos, ajuda a melhorar a saúde cardiovascular, proteger o fígado e controlar a diabetes " tem crescido e estimulado investimentos pelos produtores. Mas o Brasil ainda importa cerca de 80% do que consome de Estados Unidos, Canadá e Peru.
Machado conta que buscava alternativas para obter renda na Fazenda Rio Verde, em Reginópolis, no centro-oeste paulista, quando descobriu o mirtilo, cujo nome científico é Vaccinium myrtillus. Ele comprou mudas da variedade Biloxi, desenvolvida na Universidade da Flórida e que é mais resistente ao calor. Foi aumentando a área e a produtividade a cada safra. Passou a ser, então, uma espécie de "embaixador" do mirtilo, abrindo sua fazenda para visitas de agricultores interessados em conhecer a cultura. De quebra, implantou um viveiro, que atualmente produz 1 milhão de mudas por ano.
demanda crescente
Hoje, o produtor tem 60 hectares com 450 mil pés, comercializa a fruta com a marca King Berry Fruit e já se prepara para o próximo salto, de olho no mercado externo: vai trocar no período de dois anos as variedades que mantêm na fazenda (além da Biloxi, planta a Emerald) por uma variedade espanhola " cujo nome ele não revela e que promete dobrar o rendimento por pé de mirtilo para quatro quilos.
" Certamente há riscos nessa troca, mas a nova variedade espanhola tem parâmetros de mais eficiência e produtividade, além de capacidade de adaptação ao nosso clima e solo " afirma o produtor.
Com o novo investimento, o foco é ser competitivo também na exportação, dominada hoje por Peru, o maior produtor mundial, e Argentina.
Não foi à toa que Machado buscou um agrônomo peruano para gerenciar a propriedade. Há quatro anos, Gabriel Jose Pantalean Requena, que trabalhava com produção de mirtilo e bananas em seu país, chegou à Fazenda Rio Verde.
É também atento à demanda crescente por mirtilo no país que o argentino radicado no Rio de Janeiro Javier Maciel cultiva 1.500 plantas em 3 mil metros quadrados na Fazenda Capriana, em Sapucaia, no Sul Fluminense. Na propriedade, funciona ainda uma granja leiteira de cabras.
Maciel optou pela variedade Biloxi, a mesma escolhida por Machado:
" O mirtileiro possui raízes muito finas e superficiais, altamente sensíveis e que são facilmente acometidas por estresse hídrico caso o manejo de irrigação não seja efetivo.
Com uma produção ainda pequena, o objetivo de Maciel no médio prazo é usar os frutos para a fabricação de geleia. Por enquanto, os mirtilos são comercializados frescos ou como geleia em lojas da região. A expectativa do produtor é colher entre 1,5 e 2 toneladas este ano e alcançar 2,5 a 3 toneladas em 2024.
La Nación Argentina O Globo Brasil El Mercurio Chile
El Tiempo Colombia La Nación Costa Rica La Prensa Gráfica El Salvador
El Universal México El Comercio Perú El Nuevo Dia Puerto Rico
Listin Diario República
Dominicana
El País Uruguay El Nacional Venezuela