John john acerta o tom para o grupo veste voltar a crescer
Conhecida por roupas de festas em que predomina o preto, a John John, marca mais jovem do ...
Conhecida por roupas de festas em que predomina o preto, a John John, marca mais jovem do grupo Veste (ex-Restoque), vai ganhar luz e cores. A partir de junho, as coleções ficarão mais claras, e as roupas de balada vão dividir as araras com uma moda mais diurna, de trabalho, looks urbanos e muito jeans. A reforma das 42 lojas começa em outubro " e elas também ganharão ares menos soturnos. O novo conceito é a aposta do CEO Alexandre Afrange para reverter a queda de receitas da marca, que tem puxado para baixo os resultados do grupo, enquanto Le Lis, Dudalina e Bo.Bô, mais avançadas na reestruturação, batem as metas.
A repaginada da John John é a última etapa de uma correção de rumo que começou em 2019. O processo passou por uma recuperação extrajudicial e uma pandemia e culminou, em dezembro de 2022, na conversão de dívidas que transformou a gestora WNT em sua maior acionista, com 56% do capital.
Enquanto equacionava o endividamento, a empresa recorreu à família fundadora da Restoque para recuperar o DNA das marcas. Afrange é irmão de Rahyja Afrange, que, ao lado de Traudi Guida, fundou a Restoque como um outlet, em 1982, e abriu a Le Lis Blanc seis anos depois.
Ele deixou o grupo em 2014, sete anos depois da venda para a gestora Artesia, que logo depois levou a Restoque para a Bolsa. Em 2021, Afrange voltou ao grupo, inicialmente como diretor de Operações e, desde dezembro de 2022, como CEO. No período em que ele ficou fora, a Restoque centralizou as compras e a produção e perdeu a mão da precificação e da gestão de estoque. A unidade de outlet passou a competir com as marcas e chegou a representar 40% do faturamento.
" A liquidação é inerente ao nosso negócio, mas o outlet tem que ser um complemento. Para ter gordura para queimar na promoção, os preços iniciais acabavam muito altos " diz.
O ajuste de preços e estoque só foi possível com uma mudança organizacional em que cada marca passou a ter um responsável, cuidando de produto, estilo, planejamento de compras e treinamento de vendedores.
Hoje, 80% da receita vêm de vendas a preço cheio, contra 48% em 2019. A margem bruta, que era de 47% há cinco anos, subiu para 65%. O faturamento foi de R$ 1,1 bilhão no ano passado, quando o grupo tinha 179 lojas. A cifra está no mesmo patamar de 2019, mas a rede tem 107 lojas a menos que naquele ano.