Martes, 21 de Mayo de 2024

Água de coco ganha espaço antes, durante e depois da praia

BrasilO Globo, Brasil 30 de abril de 2024

O Rio de Janeiro ensaia uma retomada da produção de coco verde, depois de duas décadas ...

O Rio de Janeiro ensaia uma retomada da produção de coco verde, depois de duas décadas perdendo posições no ranking dos maiores produtores do país. Em 2023, a produção estadual alcançou 14,5 milhões de frutos versus 13,9 milhões no ano anterior, apontam dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro (Emater-Rio). Entre as razões para o fortalecimento da cultura estão o turismo e o interesse pela água de coco, muito além das praias.
Hoje, o estado é o segundo maior mercado consumidor de água de coco do Brasil, apesar de ser o décimo produtor, segundo o Emater-Rio. Na liderança, estão Ceará e Bahia. E o Rio conta com a vantagem de "os polos de produção estarem próximos ao mercado consumidor, permitindo que o coco seja consumido no mesmo dia da colheita", afirma João Batista Pereira, engenheiro agrônomo da Emater-Rio.
Segundo o técnico, a cultura viveu seu auge entre os anos 1990 e 2010. Mas com a rápida expansão do plantio, a oferta excedeu a demanda e os preços caíram, fazendo com que muitos produtores abandonassem as lavouras. De 2010 a 2023, o número de produtores recuou de 1.835 para 628. E a área cultivada caiu de 4,1 mil hectares em 2010 para 1,6 mil hectares no ano passado.
A oferta mais ajustada e o crescente interesse pela água de coco natural, porém, fizeram preços pagos aos produtores voltarem a subir a partir do fim do ano passado, sinalizando um impulso à atividade.
De 2021 a 2023, o preço subiu 32%, saindo de R$ 2,12, em média, por unidade, para R$ 2,80. Este ano, alcançou R$ 3, segundo Pereira. O faturamento da produção saiu de R$ 37,8 milhões, em 2022, para R$ 40,7 milhões, em 2023, segundo a Emater, o que mostra a "recuperação" do cultivo.
oportunidade de negócios
Um dos produtores que esperam surfar a onda da recuperação é Fábio Rodrigues, que cultiva 2 mil coqueiros numa área de dez hectares no oeste da capital fluminense. Produtor desde 2003, Rodrigues trabalha com coco desde 1999, quando era vendedor ambulante do fruto.
Há quatro anos, ele decidiu criar sua marca própria, a Rei do Coco, com uma fábrica em Barra do Piraí, sul do estado. Hoje, fornece para mercados locais, hotéis, academias e até hospitais. Com a fábrica, ele agregou valor à produção:
" Em vez de vender o coco por R$ 2, eu consigo agregar valor na garrafinha e comercializá-la por até R$ 6.
O quadro mais favorável também é comemorado pelo produtor Luiz Eduardo Aroxellas, fundador da Vero Coco, localizada em São Pedro da Aldeia (RJ). A empresa, criada em 2018, começou a produzir água de coco ultracongelada entre 2019 e 2020, e desde novembro do ano passado exporta para Portugal.
" A bebida é uma milagre da natureza " diz.
A Vero Coco é uma das quatro agroindústrias de água de coco do Estado do Rio. Segundo Aroxellas, a aposta na produção da bebida ultracongelada foi uma forma de expandir negócios.
" Até 2025, o faturamento pagará o que foi investido " afirma Aroxellas.
Sem revelar números, o empresário conta que a produção de água de coco saltou de 5 mil litros ao mês, em 2018, para quase 80 mil litros ao mês este ano. Atualmente, ele compra coco verde de produtores parceiros do Rio, Espírito Santo e Sul da Bahia. Também tem produção própria, com 7 mil coqueiros, em três fazendas na Região dos Lagos.
Para o pesquisador da Embrapa Agroindústria André Dutra, outro fator que ampliou a demanda por água de coco natural " com reflexos na produção " foi o marco regulatório do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), de janeiro de 2020, que determinou padrões de identidade e qualidade da água de coco. O marco regulatório redefiniu as regras de importação e de adição de açúcar à bebida pasteurizada, que eram de 2009.
Números da consultoria internacional Mordor Intelligence apontam que o mercado de água de coco deverá atingir US$ 2,84 bilhões em 2024 no mundo. E um estudo técnico do Banco do Nordeste prevê que até 2027 o mercado mundial da bebida deve movimentar US$ 6,81 bilhões, com crescimento médio de 18% ao ano. Ambas as projeções indicam boas oportunidades para o Brasil que, desde 2018, é o principal produtor da bebida.
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