Dólar fecha em r$ 5,06 após semana de decisão do fed
O dólar fechou ontem em queda de 0,85%, a R$ 5,06, três dias após alcançar R$ 5,20, em uma ...
O dólar fechou ontem em queda de 0,85%, a R$ 5,06, três dias após alcançar R$ 5,20, em uma semana marcada pela volatilidade do mercado diante da decisão do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, sobre a taxa de juros americana.
Ontem, o câmbio chegou a bater a mínima de R$ 5,04, após os dados de emprego fora do setor agrícola nos EUA em abril terem vindo abaixo do esperado pelo mercado, com a criação de 175 mil vagas, ante previsão de 238 mil.
Isso pode sinalizar uma economia menos aquecida e mais espaço para cortes de juros no país, o que tende a favorecer ativos de risco e países emergentes, explica Diego Costa, diretor de câmbio para o norte e nordeste da B&T Câmbio:
" Com a perspectiva de juros mais baixos no futuro, os investidores se sentem mais confiantes para buscar retornos mais altos em ativos de risco, como ações e títulos de mercados emergentes. Mas a economia global ainda enfrenta incertezas e os investidores aguardam sinais mais concretos " afirma ele.
Na quarta-feira, o Fed anunciou a manutenção da atual taxa de juros americana, quando os mercados estavam fechados no Brasil por causa do feriado do Dia do Trabalhado. Em um movimento de aversão a risco global, com o temor de que o banco central dos EUA pudesse adotar uma postura mais rígida em torno do controle da inflação, o dólar encerrou a terça em alta de 1,52%, a R$ 5,19. Mas com a sinalização do presidente do banco central americano, Jerome Powell, de que não haveria alta na taxa de juros, os investidores se acalmaram. Na quinta, o dólar caiu 1,53%.
Os juros nos EUA, fixados entre 5,25% e 5,50%, estão no maior patamar em mais de duas décadas, e os investidores estavam otimistas de que o Fed começaria a reduzir essa taxa no primeiro trimestre deste ano.
Inflação resistente
Com a divulgação de dados econômicos sugerindo uma inflação mais resistente nos últimos meses, os dirigentes do Fed começaram a sinalizar que as taxas não iriam ceder tão cedo. Isso frustrou expectativas do mercado e tem causado volatilidade no preço do dólar desde então. O câmbio subiu 3,54% em abril e chegou a bater R$ 5,26, o maior valor em mais de um ano.
" No ano passado, o mercado esperava até sete cortes na taxa de juros em 2024, então toda essa frustração levou a uma volatilidade e patamares bem altos no câmbio " explica Rodolfo Margato, economista da XP.