Viernes, 09 de Mayo de 2025

Character.ai, a nova febre entre os apps de inteligência artificial

BrasilO Globo, Brasil 24 de agosto de 2024

Quem nunca sonhou em conversar com seu ídolo? Ou trocar uma ideia com uma personalidade ...

Quem nunca sonhou em conversar com seu ídolo? Ou trocar uma ideia com uma personalidade histórica do século passado? Essa fantasia agora está ganhando vida com um aplicativo de inteligência artificial chamado Character.AI, lançado há pouco mais de um ano e que está virando febre no Brasil e nos EUA.
Nos moldes do ChatGPT, o aplicativo tem espaço para conversas por escrito, áudio e até ligações, recurso liberado há um mês. Ele permite que os internautas simulem interações com personalidades, desde o filósofo Sócrates, passando por personagens de anime, até a cantora Anitta ou o empresário Elon Musk.
A empresa, avaliada em US$ 5 bilhões, foi criada por dois ex-funcionários do Google, o brasileiro Daniel De Freitas e o americano Noam Shazeer. A tecnologia foi comprada pela big tech no início do mês.
O aplicativo soma mais de 20 milhões de downloads nos últimos 30 dias, de acordo com o AppMagic, serviço de inteligência de mercado de aplicativos móveis, atualizados ontem. Deste total, 5 milhões de downloads vieram dos Estados Unidos (20%). A seguir vêm Brasil (2 milhões, ou 8%), Rússia (7%) Indonésia (7%) e Filipinas (6%).
O diferencial da plataforma é que qualquer usuário pode criar chatbots baseados em personagens. Eles podem ser famosos, como a cantora Ariana Grande, ou desconhecidos, como uma coach que dá conselhos e se diz "empática, gentil e sábia". Mas cada interação exibe um aviso em letras vermelhas: "Lembre-se, tudo o que os personagens dizem é inventado".
Para Arthur Igreja, especialista em tecnologia, a sofisticação de chatbots como esse é um sinal dos tempos atuais. As pessoas estão, cada vez mais, conversando com robôs, e já há estudos que mostram que elas estão se apaixonando por IAs, diz:
" O aplicativo não só oferece conversa com personagens, mas permite que as pessoas possam customizá-los. Isso tem um aspecto psicológico curioso: as pessoas estão moldando o tipo de interação que elas gostariam. Elas podem construir um universo sem ter de encarar os conflitos ou dificuldades do mundo real.
O Character.AI já recebeu mais de 215 milhões de visitas, conforme a empresa de análise Similarweb. As pessoas passam em média 12 minutos no aplicativo, o que dá a dimensão do tempo de duração das conversas.
Os bots mais populares da plataforma são personagens de anime, como Katsuki Bakugou ou Yae Miko, que acumulam mais de 160 milhões de mensagens. Mas há outras figuras bem procuradas como o psicólogo Therapist, com 26 milhões de interações, e Albert Einstein, com mais de 8 milhões.
A empresa por trás do app garante que o criador do chatbot não pode ler as conversas dos usuários. E diz que os bate-papos são privados e só podem ser lidos pela equipe em caso de necessidade "por motivos de segurança". Trocas de mensagens violentas, abusivas ou que promovam discursos de ódio são proibidas por um filtro. Tentativas de contorná-lo são "ineficazes e não recomendadas", podendo levar ao banimento da conta.
Apesar de aproximar os usuários de personagens que imitam pessoas reais, a empresa responsável pelo Character.AI diz que faz questão de reforçar que se trata de um aplicativo de entretenimento e que as conversas ali não devem ser levadas a sério.
"Personagens são bons em fingir ser reais " isso significa imitar como os humanos falam. Você ainda está falando com um personagem", informa. A plataforma também se blinda contra possíveis acusações de divulgar informações falsas. "Embora possam ser divertidos e úteis, os robôs podem recomendar uma música que não existe ou fornecer links para evidências falsas para apoiar suas alegações", diz.
O Character.AI não deixa claro se possui acordos com personalidades famosas, mas os termos de serviço no site da empresa indicam que qualquer pessoa pode reclamar com a plataforma caso identifique que alguém copiou seu trabalho.
O GLOBO procurou a empresa para detalhar sua política de direitos autorais, além dos termos de uso e do impacto social da ferramenta, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
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