Lunes, 30 de Septiembre de 2024

Extrema direita tem vitória histórica em eleições na áustria

BrasilO Globo, Brasil 30 de septiembre de 2024

Cinco anos depois de fracassar, a extrema direita austríaca conseguiu ontem uma vitória ...

Cinco anos depois de fracassar, a extrema direita austríaca conseguiu ontem uma vitória histórica nas eleições legislativas, mas sem garantia de que poderá governar o país. O Partido da Liberdade (FPÖ) obteve 28,8% dos votos, um aumento de 13 pontos em relação às eleições de 2019, segundo a apuração de quase todos os votos.
" Saboreiem este resultado. Juntos fizemos história hoje (...). O que conseguimos supera todos os meus sonhos " disse o líder da extrema direita na Áustria, Herbert Kickl, a seus apoiadores em Viena.
Os conservadores do Partido Popular da Áustria (ÖVP), de centro-direita, hoje a maior força da coalizão do governo, liderados por Karl Nehammer, ficaram em segundo lugar, com 26,3% dos votos. "Não conseguimos alcançar" a extrema direita, lamentou o chanceler.
No entanto, Kickl está longe de ter garantido o cargo de chefe do governo e pode até ficar fora de um gabinete de coalizão, já que nenhum partido quer se associar ao seu.
Em declarações após o anúncio das primeiras projeções, o líder afirmou que, após essa "mensagem tão clara" do eleitorado, estende a mão a todos os partidos do Parlamento. O país deve "voltar a se conectar com as necessidades da população", afirmou Kickl.
" Nossa mão está estendida em todas as direções " disse.
Em um contexto de ascensão dos partidos de extrema direita na Europa, a legenda fundada por antigos nazistas registrou resultados melhores até do que apontavam as pesquisas.
Após cinco anos de uma aliança inédita entre conservadores e verdes no governo, o avanço da extrema direita foi recebido como um terremoto na Áustria, onde o FPÖ já integrou anteriormente coalizões governistas, mas nunca foi o mais votado.
Nehammer, que nas últimas semanas conseguiu reduzir a distância nas pesquisas com o FPÖ, reconheceu neste domingo a decepção de seus militantes e prometeu "continuar lutando".
Popularidade crescente
Desde 2021, quando Herbert Kickl assumiu a liderança do partido, marcado à época por escândalos de corrupção, a popularidade da sigla cresceu, graças à irritação dos eleitores com temas como imigração, inflação, e as restrições pela Covid.
O ex-ministro do Interior, de 55 anos, fez campanha para as legislativas, nas quais mais de 6,3 milhões de cidadãos estavam aptos a votar entre os 9 milhões de habitantes do país, com slogans como "Ouse tentar algo novo".
O FPÖ integrou o Executivo pela primeira vez em 2000, o que gerou protestos no país e sanções da União Europeia à Áustria.
Na campanha este ano, Kickl criticou as sanções da União Europeia contra a Rússia, atacou o atual governo e defendeu o conceito de "remigração", que consiste em retirar a nacionalidade de pessoas de origem étnica estrangeira que "não teriam se integrado ao país".
O conservador Nehammer, 51, apresentou discurso de "centro", apesar da sua posição também contundente sobre a imigração. O chanceler reiterou sua recusa a trabalhar com Kickl, que se autodenomina o futuro "Volkskanzler", ou chanceler do povo, um termo usado por Adolf Hitler na década de 1930. "Há muito em jogo", insistiu, depois de votar neste domingo, em referência às eleições decisivas para o futuro da Europa e à guerra na Ucrânia.
Possíveis alianças
Apesar da queda de mais de 10 pontos na popularidade dos conservadores em comparação com 2019, o ÖVP, no poder desde 1987, deverá " exceto surpresas " conservar o comando do governo, embora as negociações para encontrar aliados prometam ser longas.
Com a vitória do FPÖ confirmada, os conservadores não aceitarão ser o parceiro minoritário, apontam os analistas. Provavelmente, optarão por unir forças com os social-democratas (21%) e com um terceiro partido, que poderia ser o liberal NEOS. Com os Verdes em queda expressiva (9%), há muitos pontos de divergência e o divórcio parece de fato definitivo.
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