Msc, gigante do transporte marítimo, compra wilson sons

A gigante do transporte marítimo MSC anunciou ontem a compra da operadora brasileira de logística marítima Wilson Sons, por R$ 4,35 bilhões, o que dará à companhia suíça opções para crescer na operação de terminais portuários no país.
A operação ainda está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Segundo fato relevante divulgado pela Wilson Sons, a expectativa é que a operação seja concluída no segundo semestre de 2025.
A Wilson Sons foi fundada no Brasil pelos escoceses Edward e Fleetwood Pellew Wilson, dois irmãos que abriram um negócio de serviços marítimos e carvão em Salvador (BA), em 1837.
Ano passado, teve receita de R$ 2,4 bilhões, com lucro líquido de R$ 405 milhões, 19,5% acima do registrado em 2022. No segundo trimestre deste ano, foram R$ 45 milhões de lucro, tombo de 60% ante igual período de 2023, embora a receita trimestral tenha subido 15%, para R$ 1,3 bilhão, um recorde, segundo a companhia.
A Wilson Sons atua em diversos negócios. O principal deles é o de rebocadores, prestando serviço de atracação de grandes embarcações nos portos. Segundo a empresa, são 70 embarcações dedicadas a essa atividade, a maior frota do tipo na América Latina.
A companhia também atua no suporte marítimo para plataformas de exploração de petróleo e gás em alto-mar, com suprimento de mantimentos e equipamentos. Além disso, opera dois terminais de contêineres, um no Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, e outro no Porto de Salvador.
Já a MSC, além de atender a costa brasileira como transportadora marítima, é dona de um terminal no Porto de Navegantes, em Santa Catarina, e de metade de um terminal no Porto de Santos, o maior complexo portuário da América Latina. Lá, é sócia da dinamarquesa Maersk, outra gigante do transporte marítimo.
Para a MSC, a compra da Wilson Sons faz sentido, num cenário de terminais portuários congestionados, segundo a avaliação de Leandro Barreto, sócio gestor da consultoria Solve Shipping:
" É um movimento de defesa da MSC, de proteger o mercado e poder proporcionar um serviço melhor para os clientes. Não adianta o navio chegar no horário e não conseguir atracar porque o porto está cheio. Falta capacidade em muitos portos brasileiros.
espaço para crescer
Conforme Barreto, os dois terminais portuários da Wilson Sons têm bons níveis de calado (a profundidade ocupada por uma embarcação), o que permite que navios maiores atraquem no local. Além disso, as duas unidades têm espaço para crescer. Por isso, a compra da Wilson Sons permite à MSC expandir sua capacidade.