O alerta da casas pedro: tributária vai salgar o bacalhau
Tratado como iguaria de luxo pelo Congresso na Reforma Tributária, o bacalhau luta para ...
Tratado como iguaria de luxo pelo Congresso na Reforma Tributária, o bacalhau luta para ser reconhecido como prato popular. No Rio ao menos, onde a herança portuguesa é forte, o bacalhau está longe de ser um produto consumido exclusivamente pela Zona Sul. Porém, o preço pode ficar bem salgado com a nova tributação " que prevê isenção de alíquota para a picanha e a carne japonesa Wagyu, mas deixou de fora o gadus morhua.
O alerta vem da Casas Pedro, empório de venda a granel que é um dos maiores varejistas de bacalhau do país. A rede deve vender 720 toneladas do peixe este ano " 6% mais que no ano passado. Segundo o CEO Ivo Ferreira, a maior evidência de que o bacalhau é um alimento da dieta popular está na distribuição das vendas do produto nas 66 lojas da rede.
" As nossas quatro lojas de Copacabana não vendem juntas o que as unidades de Alcântara, Madureira ou Nova Iguaçu vendem separadamente o ano inteiro " argumenta.
A reforma aprovada na Câmara incluiu a categoria carne na lista da cesta básica que contará com isenção da alíquota: isso inclui todos os cortes bovinos e suínos, aves (menos foie gras) e pescados. Crustáceos, excluindo lagosta e lagostim, terão redução de 60%.
Dentre os pescados, importados como salmão, atum, bacalhau e caviar, entraram na lista das exceções, classificados como de luxo, passando a contar com alíquota cheia.
Hoje o quilo do bacalhau é vendido por cerca de R$ 100, valor que embute 20,3% de tributos. Se fosse incluído na categoria carne, o preço do quilo poderia cair para em torno de R$ 70. No entanto, se o Senado mantiver a redação aprovada na Câmara, o preço do bacalhau deve subir para mais de R$ 120.
Fundada por imigrantes libaneses em 1932, a Casas Pedro deve faturar R$ 630 milhões este ano. Hoje na terceira geração da família Mussalem, a rede tinha 12 lojas até 2015, quando se associou à Visagio, consultoria de gestão e transformação de negócio, vendendo 40% do negócio. De lá para cá, a Casas Pedro tem crescido mais de 10% ao ano e faz planos de expansão para além do Estado do Rio.