Martes, 03 de Diciembre de 2024

Desemprego cai para 6,2%, o menor desde 2012

BrasilO Globo, Brasil 30 de noviembre de 2024

O desemprego no país caiu para 6,2% no trimestre encerrado em outubro, a menor taxa da ...

O desemprego no país caiu para 6,2% no trimestre encerrado em outubro, a menor taxa da série histórica da pesquisa iniciada em 2012. O nível de ocupação atingiu 58,7% no período, superando o recorde anterior de 58,5% registrado em 2013. O indicador mede a proporção de pessoas com 14 anos ou mais que estão trabalhando. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada ontem pelo IBGE, mostrou que mais de 1,6 milhão de brasileiros ingressaram no mercado de trabalho, alta de 1,5% em relação ao período anterior. O número total de trabalhadores chegou a 103,6 milhões, o maior contingente da série.
O rendimento médio dos trabalhadores (já descontada a inflação) subiu 0,8% e atingiu R$ 3.255. No ano, a alta é 3,9%. Já a massa de rendimentos (soma das remunerações de todos os trabalhadores) chegou a R$ 332,6 bilhões, uma alta de 2,4% no trimestre de 7,7% no ano.
Especialistas projetam que a taxa de desemprego cairá mais, para entre 5,8% e 6% até o fim do ano, o que reforça as discussões sobre se o país já está no chamado pleno emprego, ou muito perto disso.
O pleno emprego acontece quando há completo equilíbrio entre a procura por emprego e a oferta de vagas no mercado de trabalho, com a taxa de ocupados atingindo o seu nível mais alto possível sem gerar pressões inflacionárias. Quando a economia e o consumo estão aquecidos e a taxa de desemprego cai abaixo da faixa de equilíbrio, começa a faltar mão de obra e os salários sobem, porque as empresas têm que pagar mais para manter e contratar trabalhadores.
A alta dos salários estimula o consumo, e o aumento de custos dos empresários tende a ser repassado para o preços, o que pressiona a inflação e a política de juros do Banco Central (BC).
EMPRESÁRIO EM APUROS
Pesquisa conduzida por Rodolpho Tobler, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), revela que seis em cada dez empresas brasileiras já têm dificuldade para contratar ou reter profissionais, um sintoma da falta de mão de obra disponível. Segundo o estudo, há um desafio em pagar salários mais altos. Por isso, a saída tem sido investir em capacitação interna e oferecer mais benefícios.
Dono de duas lojas de moda feminina no Paraná, o empresário André Galvão Jr. conta que teve problema para conseguir contratar funcionários qualificados, sobretudo em funções essenciais como vendas e atendimento:
" Hoje em dia, muitos candidatos dão prioridade a benefícios diferenciados, ambientes mais flexíveis ou até buscam outras áreas. Comecei a perceber dificuldade há cerca de seis meses. Abrimos uma vaga para vendedora e demoramos um mês para preencher a posição. Tivemos que rever nossa abordagem. Oferecemos treinamentos e testamos estratégias como aumento da comissão, vale-alimentação, e uma carga horária mais atrativa.
Tobler explica que o índice que define o pleno emprego varia entre os países porque depende do nível de produtividade. Ele calcula que o nível de pleno emprego no Brasil acontece com a taxa de desemprego entre 6% e 7%.
" É a taxa que não gera risco para a inflação brasileira. Mas podemos ter algum risco inflacionário por estarmos chegando em 6% " diz o economista.
Alberto Ramos, diretor de pesquisa macroeconômica do Goldman Sachs para a América Latina, alerta em relatório que o mercado de trabalho aquecido e o crescimento de salários acima da produtividade, combinados com "políticas fiscais pró-cíclicas", estão pressionando a inflação de serviços. "Isso coloca em risco a convergência da inflação para a meta", afirma.
Claudia Moreno, economista do C6 Bank, destaca que o aumento da ocupação contribui para o crescimento da economia, mas torna mais difícil controlar os preços, especialmente em um cenário de deterioração das expectativas de inflação e de alta do dólar.
" Aumentou o risco de o Comitê de Política Monetária (Copom) fazer um ajuste mais intenso na taxa de juros na próxima reunião, em dezembro " alerta Claudia, que prevê desemprego em 6% no fim do ano.
Igor Cadilhac, economista do PicPay, avalia que, com o hiato do produto apertado (setor produtivo operando perto de sua capacidade máxima), a taxa de desemprego encerrará o ano em 5,8%. Mas ele não acredita que o Copom elevará os juros além de 0,50 ponto na próxima reunião.
DESACELERAÇÃO à vista
Tobler prevê desemprego a 6% no fim do ano, mas pondera que o ritmo de melhoria da ocupação deve desacelerar em linha com a economia de forma geral:
" Espera-se que a atividade dê uma certa esfriada na virada de 2024 para 2025, e isso levaria o mercado de trabalho a também diminuir um pouco seu ritmo.
Adriana Beringuy, do IBGE, destaca que em outubro a indústria absorveu 381 mil trabalhadores, alta de 2,9%. A construção teve alta de 2,4%, incorporando 183 mil trabalhadores. Serviços cresceu 3,4%, com mais 187 mil.
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