Um norman foster de r$ 2,5 bilhões em itajaí
O litoral norte de Santa Catarina é conhecido pelo metro quadrado mais caro do país, com ...
O litoral norte de Santa Catarina é conhecido pelo metro quadrado mais caro do país, com prédios elevadíssimos (500 metros!) que fazem sombra na praia e atraem novos ricos. Mas um empreendimento da incorporadora Müze quer dar um upgrade na imagem da região " e, para isso, conseguiu a assinatura de um dos arquitetos mais renomados do mundo: o britânico Norman Foster.
Hoje com 89 anos e ainda bastante ativo, Foster é ganhador do Pritzker e criador de edifícios icônicos como o Gherkin, em Londres, e a sede da Apple, na Califórnia. Seu escritório Foster+Partners assina o novo residencial de R$ 2,5 bilhões de Valor Geral de Vendas (VGV) e coberturas de R$ 100 milhões na Praia Brava " localizada no município de Itajaí (SC), apenas dez minutos ao norte do Balneário Camboriú.
A Praia Brava é quase uma antítese do Balneário: um respiro de reserva florestal, com pouquíssimas (e baixas) construções.
" O resto do Brasil olha para gente como cafona, emergente. Mas aqui no Sul tem gente com bom gosto e dinheiro e que não estava sendo atendida. Queremos enriquecer a cultura local com arte, com um legado arquitetônico, e ajudar a romper esse preconceito. " diz Arthur Fischer Neto, diretor da Müze.
Felipe Miguel, que divide com Fischer Neto a direção, completa:
" A gente não traz altura, mas traz assinatura, qualidade e pilares de sustentabilidade.
A Müze é resultado da união de três importantes incorporadoras do Sul: ZAH, Nastás e F2M. As três tinham terrenos vizinhos na Praia Brava e resolveram se unir. A proposta atraiu ainda como sócios investidores três empresários da região: Guilherme Weege (Grupo Malwee), Juliano Custódio (fundador da EQI Investimentos ) e Alan Eccel (dono de uma importadora).
Desde o início do projeto, os investidores sonhavam com um nome do porte e expressão de um Norman Foster. Frustrado com o projeto do Emiliano em Paraty (RJ), que nunca saiu do papel, o escritório não queria nem ouvir falar de Brasil...
" Tentamos outros escritórios com uma arquitetura mais biofílica, mas veio tudo com um ar de "já te vi" " lembra Fischer Neto.
Foram dois anos tentando falar com Foster. De tanto bater, uma hora a porta se abriu.
" Somos muito seletivos e só aceitamos quando achamos que podemos fazer a diferença com o nosso design. É preciso que o cliente tenha uma visão compartilhada sobre o papel da arquitetura " diz o argentino Juan Frigerio, arquiteto sócio da Foster+Partner e que fez os primeiros contatos com a Müze.
O residencial é o segundo projeto do Foster no Brasil. O primeiro é o Aqwa Corporate, no Porto Maravilha, no Rio.
O projeto ficou sob a responsabilidade de David Summerfield, sócio sênior do escritório que foi também o pai do projeto da Apple. Norman Foster deu seus pitacos. Parece que as curvas nas varandas foram ideia dele.
O residencial Praia Brava terá 83 residências de 400 a 800 metros quadrados, mais as coberturas, de 1,2 mil metros, divididas em sete torres de sete andares. O hotel terá 47 suítes e será o único seis estrelas da região.
O projeto se inspira em um anfiteatro, em que todos têm vista para o espetáculo da natureza: mar, montanha ou os dois.
" Gostamos de trabalhar com essa altura para residenciais. É a altura da copa das árvores. É um urbanismo mais humano, não perde a relação com o solo e a árvores " diz Frigerio.
Com a assinatura do Foster, a Müze espera atrair brasileiros e estrangeiros que hoje não frequentam a região.
" Esse é um empreendimento para quem quer de fato morar, como primeira ou segunda residência, e que quer privacidade e segurança. Não é para investidor " diz Felipe Miguel.
O residencial da Praia Brava será lançado oficialmente em maio. A Müze já tem mais dois projetos de padrão equivalente para lançar até 2026 nesse segmento de empreendimentos de luxo em cidades litorâneas, um mercado que movimentou R$ 35 bilhões em 2023.