Ídolo, éverson vai das quatro divisões à final continental
Escalar todas as divisões do futebol brasileiro e chegar à seleção não é tarefa fácil para ...
Escalar todas as divisões do futebol brasileiro e chegar à seleção não é tarefa fácil para qualquer atleta. Ampliar essa trajetória para uma final de Libertadores é ainda mais difícil. Fazer tudo isso sendo um goleiro, a posição "de confiança" do jogo, já constitui uma grande história. O goleiro Éverson, uma das referências do Atlético-MG contra o Botafogo hoje, é protagonista de uma destas histórias.
O perfil discreto com brilho em momentos decisivos conquistou a torcida do Galo. Não à toa, o goleiro, que chegou ao clube em 2020 e superou desconfiança no início, tenta vencer sua sétima final de mata-mata com a camisa atleticana.
Ele conquistou Copa do Brasil, quatro campeonatos mineiros e uma Supercopa do Brasil. Na última, em 2022 (ano seguinte ao título brasileiro), foi herói ao defender três pênaltis contra o Flamengo.
Na base da carreira multivitoriosa está o pai, Paulo, goleiro na várzea e descrito por Éverson como seu maior ídolo no futebol. Na infância, era gandula dele em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo.
" Todo intervalo meu pai tirava a blusa e me entregava. Eu vestia, ficava muito grande, e meu pai chutava a bola de fora da área para que eu ficasse pulando e defendendo. São as primeiras lembranças que eu tenho de querer ser goleiro " disse ele em depoimento emocionado à Conmebol.
Terço recuperado
Com base feita no São Paulo, onde foi pupilo de Rogério Ceni, Éverson passou por Guaratinguetá, River-PI e Confiança-SE até chegar ao Ceará, clube pelo qual se projetou no futebol nacional, entre outras qualidades, pela habilidade com os pés. Fundamento que ganhou importância no jogo e era procurado por Jorge Sampaoli, então técnico do Santos, onde o goleiro atuou antes de se transferir para o time mineiro.
A característica ainda segue muito importante, mas as grandes defesas e o reflexo o ajudaram a construir uma história de 274 jogos pelo Atlético-MG. Do atual elenco, é o atleta que mais atuou pelo clube.
A fé também é parte importante da vida do goleiro. Uma de suas tradições é manter um terço no gol. No segundo jogo da semifinal, contra o River Plate, quando fez defesas fundamentais no mesmo Monumental de Núñez, palco da decisão de hoje, Éverson viu o atacante rival Borja retirando o terço do local e o jogando para longe. Após a classificação à decisão, parte da peça acabou sendo encontrada e estará com o jogador hoje à tarde. Uma proteção especial para um jogador que tanto protege o Atlético há quatro anos.