Hugo motta diz não ver espaço para ações de alta da arrecadação
O novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou não ver ...
O novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou não ver espaço entre parlamentares nem ambiente econômico para o avanço de projetos de aumento da arrecadação do governo. Perguntado pelo GLOBO sobre as possibilidades de colaboração entre governo e parlamento na economia, Motta respondeu que a agenda boa para o país no momento é a de "rever gastos" e ter mais "responsabilidade com as despesas":
" Talvez a agenda boa para o país não seja mais essa, a agenda boa seja de poder tratar da responsabilidade fiscal sobre outros aspectos. Rever um pouco a questão dos gastos, mais responsabilidade com as despesas, porque é isso que todo o setor privado está esperando para entrarmos em uma situação em que o juro não esteja crescendo tanto como está, para termos um controle sobre o dólar.
Em entrevista à Globonews, Motta avaliou que o ministro Fernando Haddad tem sido vencido por outras áreas do governo que defendem a ampliação de gastos públicos:
" Os números são muito preocupantes. O governo precisa reconhecer que a situação econômica é grave, é necessário responsabilidade fiscal. O governo tem dificuldade de fazer esse movimento (de estabilidade fiscal), mas a Câmara não vai abrir mão de discutirmos isso. Eu acho que eles têm uma dificuldade de entendimento. O ministro Haddad tem ficado vencido nas discussões internas.
Motta reforçou que o setor produtivo está cansado de novas taxações:
" Nós estamos vendo que a saída com o aumento da arrecadação não vai resolver o problema, se não fechar a torneira do outro lado. O setor produtivo também está cansado, porque as medidas sempre vêm para onerar mais.
Hugo Motta ponderou que o ambiente externo, com a eleição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exige cautela nas ações do governo brasileiro.
" Temos a eleição do novo presidente dos Estados Unidos, que vem com um governo de decisões um pouco fortes no sentido econômico. Vamos ter que aguardar as consequências disso no Brasil. Mas esse cenário todo nos obriga, e eu incluo o Parlamento, a sermos mais eficientes nesse ponto de economia. Temos um cenário de curto prazo de muitas incertezas, essa agenda deve estar na ordem do dia como prioridade.
O presidente da Câmara ainda completou que está disposto a atuar junto com o Executivo em busca de um quadro de maior estabilidade econômica:
" Como presidente da Câmara tenho total disposição de ajudar o Executivo para o Brasil sair dessa turbulência e ir para um cenário de controle inflacionário, redução de juros, controle do dólar, e termos condições do país voltar a ter um crescimento mais sustentável. Imagino que é esse o país ideal.
Hugo Motta falou com a imprensa após a oficialização do deputado federal Gilberto Abramo (Republicanos-MG) como novo líder da legenda na Câmara. Também estava presente o presidente nacional do partido, deputado federal Marcos Pereira.
ISENÇÃO DO IR
Em entrevista à CNN, o presidente da Câmara também disse que a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil seria muito bem aceita no Congresso, mas diz que é necessário deixar claro qual será a compensação:
" É preciso que o governo seja muito específico sobre onde estará essa compensação. Se não tivermos a compensação para essa medida, a repercussão será negativa, por ser mais uma medida de gasto público.