Martes, 11 de Febrero de 2025

Etfs de renda fixa: ignorados, mas podem superar selic

BrasilO Globo, Brasil 10 de febrero de 2025

Com dificuldade para se popularizar no Brasil, os fundos que acompanham índices " ...

Com dificuldade para se popularizar no Brasil, os fundos que acompanham índices " conhecidos como ETFs, pela sigla em inglês " de renda fixa podem estar diante de uma deixa para crescer: a volatilidade nas apostas para a taxa básica de juros, a Selic. Segundo especialistas, esses ETFs podem ser boas opções para montar posições mais táticas no momento de alta de juros.
É possível ter ganhos acima dos retornos dos papéis isolados (do Tesouro Direto ou debêntures) com movimentações de curto prazo, surfando nas oscilações nos preços dos títulos no mercado secundário, uma espécie de Bolsa de Valores não organizada.
Se colar junto ao público, a estratégia pode engrenar a venda dos ETFs de renda fixa, que continuam a ser coadjuvantes dentro da própria classe e figurantes no mercado.
Posições nos fundos de índice de renda fixa representavam menos de 19% dos recursos em ETFs e 0,12% do patrimônio dos fundos de investimentos como um todo no país em dezembro, segundo a Anbima, associação que representa entidades do mercado de capitais.
O problema é que não é qualquer investidor que se adapta à estratégia de tentar usar a volatilidade da carteira para entrar em um momento de baixa e sair na alta.
" São movimentos táticos, de curto prazo. Nesse sentido, os ETFs de renda fixa são melhores do que compor uma carteira própria de títulos, por três razões: agilidade da negociação em Bolsa, diversificação a um custo menor e vantagens tributárias " resume Filipe Arend, chefe de Renda Fixa da Faz Capital.
O sistema de marcação a mercado, que indica a precificação diária de títulos da renda fixa no mercado secundário, é a chave para entender o raciocínio por trás dessa estratégia com ETFs.
Os fundos são obrigados a refletir nos preços das cotas a marcação a mercado dos ativos em carteira. Isso significa que mesmo os que só investem em títulos do Tesouro terão volatilidade.
" Há expectativa de queda nas taxas dos contratos futuros de juros, o que deve provocar valorização das cotas dos ETFs que replicam índices com NTN-B (Tesouro IPCA+) e títulos prefixados, em função da valorização no mercado secundário " diz Arend.
À parte as movimentações rápidas e de curto prazo, no entanto, a tendência a médio e longo prazos é que os ETFs de renda fixa entreguem retornos muito próximos aos indexadores dos títulos que estão nas cestas dos índices que acompanham. Nesse mercado, a referência costuma ser o Certificado de Depósito Interbancário (CDI).
Antonio Sanches, analista da Rico, faz mais uma ressalva a essa estratégia: não são todos os tipos de ETFs que conseguem bater de forma consistente o CDI.
" É mais provável que um ETF de renda fixa (que investe em debêntures, por exemplo) que segue um índice de crédito privado consiga isso, porque, assim como o papel, geralmente vai oferecer taxa a mais pelo risco que o investidor assume " diz Sanches.
Cultura menos difundida
A estratégia para ETFs de renda fixa é mais complexa que a do investimento direto em papéis da renda fixa tradicional, como o Tesouro Direto.
Especialistas observam que investir em títulos do Tesouro é mais adequado para quem está começando, enquanto ETFs de renda fixa são uma boa opção para quem acompanha o mercado financeiro.
Como são listados em Bolsa, os ETFs de renda fixa, apesar do nome, são ativos de renda variável. A volatilidade de suas cotas acaba restringindo seus possíveis investidores àqueles com estômago para o sobe e desce do mercado.
" A aplicação em ETF de renda fixa é para o investidor antenado, que acompanha recomendações e consegue fazer movimentações de curto prazo. Não é um perfil que necessariamente tem mais tolerância a risco " diz Sanches.
Para decidir entre investir diretamente em um papel ou em cotas de ETF de renda fixa, o primeiro ponto a ser considerado é a previsibilidade.
" Quando o investidor compra um título, sabe a rentabilidade que vai ter se segurar até o vencimento. Já o ETF de renda fixa tem volatilidade diária, passa por balanceamento semestral " diz Arend.
Sanches acrescenta que não existe prazo de vencimento para o ETF, então, neste caso, o investidor fica "refém" da movimentação na Bolsa. Por isso, dizem os especialistas, para quem não acompanha o mercado diariamente é melhor se concentrar no Tesouro ou em títulos de dívida privada.
Por outro lado, no caso de resgates de curto prazo, esses ETFs são mais atraentes que os títulos de renda fixa. O Imposto de Renda sobre ETFs é de 15%, independentemente do prazo de resgate. Já nos títulos de renda fixa, a alíquota para aplicações mantidas por até seis meses é de 22,5%; a de 15% é só para prazos de dois anos ou mais.
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