Em crise, nissan muda ceo e se prepara para trump
Com vendas globais fracas, negociações fracassadas de fusão com a Honda e ameaças de ...
Com vendas globais fracas, negociações fracassadas de fusão com a Honda e ameaças de tarifas nos EUA, a Nissan anunciou ontem que Makoto Uchida, seu CEO desde 2019, será substituído por Ivan Espinosa, atual diretor de Planejamento. Em comunicado, a montadora afirmou que "uma nova geração de líderes" ajudará a posicionar a empresa para um crescimento de longo prazo.
Espinosa, de 46 anos, ocupa diversos cargos relacionados a produtos desde seu ingresso, em 2003. Uchida, de 58 anos, assumiu o comando logo depois do período turbulento da destituição de Carlos Ghosn, então presidente da Nissan, acusado de má conduta financeira.
Uchida tentou aumentar a lucratividade reduzindo os incentivos que haviam sustentado as vendas na gestão de Ghosn, mas a estratégia fracassou. Isso foi evidente na China, onde fabricantes locais de carros elétricos vêm superando cada vez mais as marcas estrangeiras. As vendas da Nissan no país caíram cerca de 11% em 2024. Com dificuldades também em outras regiões, a Nissan reduziu sua projeção de lucro três vezes no atual ano fiscal.
No mês passado, a Nissan descartou um plano de fusão com a rival Honda anunciado no fim de 2024.
As negociações fracassaram depois que a Honda " que vale cinco vezes mais do que a Nissan " tentou fazer da rival uma subsidiária.
A Nissan enfrenta agora uma nova ameaça com as tarifas propostas por Trump sobre carros importados de Japão, Canadá e México. A América do Norte continua sendo o maior mercado da Nissan, e um terço dos quase um milhão de veículos que a empresa vendeu nos EUA no ano passado foi fabricado no México. Com fábrica no Brasil, a Nissan vendeu mais de 80 mil veículos no país em 2024, um aumento de 24% em relação ao ano anterior.