Jueves, 04 de Septiembre de 2025

Mesmo no vermelho, novos índices são mão na roda

BrasilO Globo, Brasil 17 de marzo de 2025

A B3 lançou sete novos índices no ano passado, e o desempenho deles até aqui não é nada animador. ...

A B3 lançou sete novos índices no ano passado, e o desempenho deles até aqui não é nada animador. Apenas um, focado em estatais, está no azul. O mau momento da Bolsa refletido nesses retrovisores, no entanto, importa menos do que a capacidade de munir investidores de mais informações, dizem analistas.
Por terem características distintas, esses sete novos índices fornecem diferentes recortes da Bolsa e do mercado brasileiros.
De todos esses, só o IBEE está no azul desde o seu lançamento, em 7 de outubro de 2024. Até 13 de março, acumula alta de 7,13%, contra queda de 4,83% do Ibovespa no mesmo período. Segundo Raphael Figueredo, estrategista de ações da XP, isso se deve ao peso de empresas que são "boas pagadoras de dividendos" no índice. Ele cita Eletrobras, Banco do Brasil e Petrobras como exemplos de estatais que seguem atraindo investidores mesmo em um cenário desafiador.
Além do IBEE, apenas o índice de empresas com baixa volatilidade (IBLV) também supera a variação do Ibovespa desde sua criação, em 15 de julho de 2024. Mas, ao contrário do índice de estatais, ele tem queda. O recuo é de 1,74% até 13 de março contra uma queda de 2,85% do Ibovespa no mesmo período. Segundo Eduardo Grübler, gestor da AMW, em momentos de turbulência, como é o atual, esse tipo de índice tende a atrair investidores.
É válido lembrar que este ano também foram lançados os índices de Debêntures Ultra Qualidade DI B3 e de Debêntures Ultra Qualidade IPCA B3. No entanto, no momento não há informações suficientes para avaliar o desempenho deles.
Muita calma nessa hora
Antes de concluir que os novos índices decepcionaram, no entanto, é preciso ter em mente o momento em que foram lançados.
" Eles estão patinando, mas por conta de um período de vacas magras na Bolsa, com taxas de juros elevadas e baixa atratividade para a renda variável como um todo " explica Figueredo, da XP.
Ele ressalta que, ao contrário do que se imagina, o lançamento em um período ruim é algo bom, pois na crise é mais fácil testar a resiliência dos índices:
" Em um período conturbado, o nível de exigência do investidor, principalmente quanto aos riscos, é muito maior. As escolhas importam muito mais, diferente de um mercado de alta em que tudo sobe e a percepção de risco é menor, maquiada pela euforia. E isso também vale para os índices, que têm diferentes qualidades e características. O investidor, nesse momento, é muito mais criterioso.
No fim das contas, a criação em si dos novos índices é muito mais importante para o investidor do que o resultado que eles têm apresentado recentemente. Isso porque eles permitem uma maior segmentação da Bolsa, com diferentes recortes e perspectivas, o que dá ao investidor mais clareza sobre o que está movendo o mercado, diz Grübler, da AMW.
O IBEW é um exemplo claro de como esses instrumentos podem ser usados. Ao observá-lo, o investidor tem uma visão do mercado como um todo, sem ser distorcida pela performance de grandes empresas, como Petrobras e Vale.
" O ano de 2022, por exemplo, terminou com o Ibovespa positivo, mesmo com a maioria das ações tendo ido muito mal. Mas companhias que tinham muita concentração no índice foram bem, e ele fechou no azul. Com mais índices, a gente pode ter um entendimento maior sobre o que realmente acontece " afirma Grübler.
Ricardo Cavalheiro, superintendente de Índices da B3, afirma que o objetivo de um índice é ser uma referência de desempenho de diferentes classes de ativos, com "variadas formas de seleção e ponderação dos ativos que fazem parte da sua carteira". Ele acrescenta que a B3 pretende, este ano, superar o número de índices lançados em 2024:
" Ainda não temos os recortes definidos para o ano, mas um dos segmentos que terá destaque é o de renda fixa " afirma Cavalheiro.
Melhoram o mercado
Os índices podem ajudar, inclusive, a desenvolver melhor a indústria de fundos. Eles fornecem ferramentas para o investidor comparar o mercado com estratégias usadas por gestoras e, com isso, perceber se um determinado fundo é ou não um bom negócio.
" Às vezes, um fundo conseguiu um resultado três vezes maior do que o do Ibovespa, mas era simplesmente uma estratégia de apostar em ações de high beta (que sobem mais quando o mercado está em alta), por exemplo " explica Grübler, da AMW.
Outro ponto importante, segundo especialistas, é que esses índices têm potencial para impulsionar a indústria de Exchange Traded Funds (ETFs), fundos que replicam o desempenho de um índice de referência e formam uma opção mais simples para o investidor diversificar sua carteira de forma fácil (sem precisar fazer uma curadoria por conta própria) e barata, já que, por terem uma gestão passiva, têm taxas de administração reduzidas.
Ainda que a criação de índices, por si só, não seja suficiente para impulsionar esse mercado, já que isso depende de fatores como a maior educação financeira dos investidores e incentivo à renda variável, especialistas acreditam que a maior oferta deles e a segmentação são passos importantes. Até agora, nenhum desses novos índices tem ETFs atrelados a eles, mas a expectativa é que isso aconteça em breve.
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