Flu quer saf com investidores que tenham vínculo afetivo com o clube
Em meio aos questionamentos por falta de transparência e possível conflito de interesses ...
Em meio aos questionamentos por falta de transparência e possível conflito de interesses do presidente Mário Bittencourt, a SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Fluminense tem um modelo pensado especificamente para o clube, que deverá ser apresentado amanhã na reunião do Conselho Deliberativo.
A premissa da diretoria encaminhada ao banco BTG, que foi ao mercado atrás de interessados na compra da SAF, é de um aporte feito por investidores com vínculo afetivo com o clube. Não há interesse inicial em trazer nomes no mercado para controlarem o futebol sem essa característica.
O argumento a favor deste modelo é que o vínculo afetivo de tricolores abastados seria importante para que os ganhos financeiros não viessem em primeiro lugar, mas, sim, as conquistas. A paciência do investidor com esta característica tenderia a ser maior se, no início, o negócio não desse lucro.
Um exemplo é a necessidade de vender jogadores para que o clube trabalhe no "azul". Com investidores emocionalmente atrelados à instituição, acredita-se que esta tentação seria menor, o que aumentaria as chances de um retorno esportivo em menor prazo.
Na conta do Fluminense, a SAF faria com o que o clube fosse no mínimo o sexto maior investimento no futebol brasileiro, com pagamento da dívida do clube em paralelo " hoje, o valor estimado é de R$ 800 milhões. Neste cenário, o aporte inicial no futebol seria relevante.
R$ 850 milhões
No caso de títulos, o clube já tem um estudo que mostra que as receitas com sócio-torcedor dariam um salto, o que satisfaria o desejo dos investidores por um retorno financeiro no curto prazo. O mesmo vale para a venda de jogadores por um preço mais alto a equipes vencedoras.
Com um investidor que garantisse maior tranquilidade para o clube lidar com sua dívida, o Fluminense operaria o futebol de maneira semelhante a atual, mas com mais investimentos. E seria necessário um CEO no dia a dia, que seria Mario Bittencourt. O presidente do tricolor está aberto ao cargo, mas afirma que são os investidores que escolherão o nome.
Ainda não há propostas concretas nem investidores definidos, mas as conversas com o BTG passam pela possibilidade de o dono do banco, André Esteves, que é torcedor do Fluminense, ser um dos acionistas majoritários como pessoa física. Ele nega.
No passado recente, também houve conversas com a XP sobre a SAF, e um dos donos da empresa de investimentos, Guilherme Benchimol, também tricolor, foi visto como potencial acionista. O clube entende que se pulverizar as ações, as chances de qualquer tipo de problema no futuro são menores.
O valor da venda chegaria a R$ 850 milhões, com um aporte de R$ 270 milhões já este ano, e o restante em duas parcelas, uma (maior) em 2026 e outra em 2027. A SAF compraria 60% do departamento de futebol.
A ideia é que Mario Bittencourt assine com a SAF um contrato de cinco anos (renováveis por mais cinco anos) e que receba um salário mensal e mais um bônus anual a depender do desempenho do time. Se a SAF quiser romper o contrato antes do prazo, terá que pagar os meses restantes.