Atuando mais adiantado, gerson tem números ofensivos discretos

Capitão do time, com contrato renovado até 2030 e convocações para a seleção brasileira, Gerson nunca esteve com tanto moral no Flamengo. No entanto, o status não tem poupado o Coringa de críticas por seu papel no setor ofensivo rubro-negro. Desde o ano passado, ele deixou de ser segundo volante para atuar mais à frente, como um "meia-ponta" pela direita. Apesar da força e da inteligência em campo, tem contribuído pouco quando o assunto é bola na rede. Nesta temporada, tem apenas um gol e duas assistências em 15 partidas disputadas.
No clássico com o Vasco, no sábado passado, Gerson esteve no centro das críticas por perder três boas chances e mostrar lentidão para armar jogadas pelo seu lado. A constante necessidade de ajeitar a bola para o pé canhoto, o dominante, tem custado tempo e feito o time perder oportunidades.
Na terça-feira, contra a LDU, em nova atuação discreta, Gerson foi defendido pelo técnico Filipe Luís, que disse que o meia foi "sacrificado pela parte física".
De toda forma, essas são as duas amostras mais recentes do momento de pouca confiança de um jogador capaz de potencializar o dinamismo da equipe " principalmente em um time cujos pontas de origem são muito questionados por serem pouco goleadores.
A baixa contribuição de Gerson em gols e assistências na nova função não chegou a ser sentida em 2024, pois Pedro vivia grande fase goleadora. Após a grave lesão do centroavante, a equipe conseguiu distribuir os gols até o fim da temporada. O cenário, porém, mudou este ano. Desde março, quando foi disputada a fase final do Carioca e iniciaram-se o Brasileirão e a Libertadores, o rubro-negro só balançou as redes mais de duas vezes em uma partida na goleada por 6 a 0 sobre o Juventude.
O camisa 8, porém, não pode ser responsabilizado pelas carências do setor ofensivo. Enquanto Pedro ainda se recondiciona, Juninho e Bruno Henrique não foram capazes de assumir o posto de referência do ataque. Pela esquerda, Michael e Cebolinha não conseguem aproveitar as diversas oportunidades.
A utilização de Gerson unicamente pela direita gera consequências no time de Filipe: Plata acaba centralizando para encontrar espaço, Luiz Araújo vira "homem de segundo tempo" e abre-se menos oportunidades a garotos pedidos pela torcida como Matheus Gonçalves e Wallace Yan .
Mudança de lado?
Ao mesmo tempo, a lacuna deixada por Gerson no meio permitiu que De La Cruz se consolidasse como segundo volante, formando dupla entrosada com Pulgar. A volta ao setor não parece ser a melhor solução.
Uma das melhores versões do meia apareceu em 2023, quando foi recontratado do Olympique de Marseille (França), onde atuava pela esquerda do ataque. Uma possibilidade que pode abrir o leque de Filipe Luís, dada a dificuldade encontrada naquela faixa. Jogar pelo lado do pé forte também pode fazer Gerson se tornar mais ágil nas finalizações e passes. Até o momento, porém, o Coringa passa longe de ser o jogador que teve sua melhor temporada no futebol brasileiro.