Lunes, 12 de Mayo de 2025

World amplia projeto de identidade global pela íris e faz parcerias

BrasilO Globo, Brasil 6 de mayo de 2025

Com a fabricação de novos dispositivos, inclusive portáteis, e parcerias no setor ...

Com a fabricação de novos dispositivos, inclusive portáteis, e parcerias no setor financeiro, Sam Altman, criador do ChatGPT, quer acelerar os planos de ter uma infraestrutura global que verifique a "humanidade" de pessoas por meio de olhos. O plano é executado pela World, iniciativa cofundada por ele.
Na semana passada, o projeto anunciou o início das verificações nos Estados Unidos, com plano de chegar a 180 milhões de americanos até o fim do ano. A World também começará a produzir, em uma fábrica no Texas, novos equipamentos para registrar a íris.
Lançada em 2023, a World quer ser um certificado digital usado globalmente para que cada ser humano tenha a prova de que é uma pessoa, e não uma inteligência artificial (IA) ou um robô. A premissa é que, com o avanço da IA, essa diferenciação se tornará cada vez mais difícil. A verificação é feita pelo Orb, uma esfera prateada com sensores e câmeras que faz a leitura da íris e gera um código único.
Na quarta-feira passada, em evento realizado em São Francisco, foi apresentada a versão mini dos Orbs, portátil e com conexão a smartphones.
DA VISA AO TINDER
O projeto também firmou uma parceria com a Visa, que prevê um cartão de débito vinculado ao aplicativo da World para converter criptoativos em moedas correntes. Já o Tinder começará a testar a verificação de identidade no Japão. E, com a fintech americana Stripe, a World passará a integrar o sistema de verificação em transações on-line.
Segundo a World, 12 milhões de pessoas já se registraram no mundo. Ela garante não armazenar as imagens da íris, que são descartadas depois do escaneamento. Em troca da verificação, o usuário recebe recompensa em moedas digitais da própria World.
O projeto sofreu escrutínio de reguladores em vários países, devido a preocupações com privacidade. No Brasil, ele foi suspenso em janeiro, depois de a Autoridade Nacional de Dados (ANPD) proibir o pagamento, em torno de R$ 600, em troca das verificações. Foram feitos cerca de 500 mil registros.
E se há seis meses a América Latina se destacava nos planos da World, agora o foco parece estar nos Estados Unidos " mercado que a startup vinha evitando devido ao ambiente regulatório mais rígido do governo Joe Biden. Com Donald Trump de volta à Casa Branca, o cenário mudou.
" Acho que os EUA devem liderar a inovação, não combatê-la " disse Altman no evento em São Francisco.
A Tool for Humanity, que fabrica os Orbs, não informou qual será a capacidade de produção no Texas. O plano de expansão envolve ter 7.500 dispositivos operando nos EUA até o fim do ano. Será produzida a nova versão do Orb, com processadores da Nvidia e um sistema de "autoatendimento". Atualmente, para fazer a verificação da íris, o usuário precisa ir até um posto da World e ter o auxílio de um operador. Com o novo Orb, esse fluxo se torna autônomo.
Já os "mini Orbs" serão produzidos a partir de 2026. Com tamanho e custo menor, eles possibilitarão o acesso à verificação em regiões onde os dispositivos tradicionais não chegam, segundo Rich Heley, diretor de Dispositivos da Tool for Humanity. Ele disse ao GLOBO que os objetivo é criar uma infraestrutura capaz de escalar a verificação para "bilhões de pessoas":
" As pessoas podem ir até um Orb sozinhas e fazer a verificação diretamente pelo aplicativo. Isso nos permite instalar Orbs em qualquer lugar. Por exemplo, uma cafeteria ou loja de conveniência.
Modelo de negócio incerto
Apesar dos planos de escala, a World ainda não tem uma fonte clara de receita. Ela opera a partir de aportes de investidores de risco.
Um caminho para tornar a iniciativa lucrativa, segundo a World, é cobrar taxas de empresas que quiserem usar o sistema de verificação. Além do Tinder, a Razer, de jogos, testará o sistema.
Essa cobrança, chamada de World ID Fee, só deve ser lançada no terceiro trimestre, mas já tem diretrizes definidas: cada vez que um site ou aplicativo integrar a verificação de identidade por World ID (como é chamada o "registro de humanidade"), pagará uma taxa ao protocolo.
O diretor de Produto da Tools for Humanity, Tiago Sada, diz que o foco neste momento é ganhar "escala e utilidade". Ele cita como exemplos de serviços o cartão criado com a Visa para transações financeiras e o uso da verificação pelo Tinder para evitar bots:
" O World ID funciona como um "selo azul", que mostra que você é um humano verificado e único.
A World também anunciou aperfeiçoamentos no aplicativo, que funciona como uma espécie de "superapp", integrando funções como finanças, redes sociais e jogos. Isso alimenta a disputa entre Altman e Elon Musk, que quer transformar o X em uma plataforma múltipla.
No Brasil, a World espera retomar sua operação após consenso com a ANPD.
" Na América Latina, vejo interesse no setor de ingressos, por exemplo, para evitar abusos e fraudes em eventos esportivos e shows " diz Martin Mazza, responsável pela operação latino-americana.
La Nación Argentina O Globo Brasil El Mercurio Chile
El Tiempo Colombia La Nación Costa Rica La Prensa Gráfica El Salvador
El Universal México El Comercio Perú El Nuevo Dia Puerto Rico
Listin Diario República
Dominicana
El País Uruguay El Nacional Venezuela