Viernes, 27 de Junio de 2025

Ipca-15: alimentos têm 1ª deflação após 9 meses

BrasilO Globo, Brasil 27 de junio de 2025

A inflação medida pelo IPCA-15 " prévia do índice oficial que serve de parâmetro para as ...

A inflação medida pelo IPCA-15 " prévia do índice oficial que serve de parâmetro para as metas de inflação " desacelerou pelo quarto mês consecutivo e foi de 0,26% em junho, contra 0,36% em maio. O alívio nos reajustes de preços de alimentos se intensificou e o grupo teve a primeira deflação depois de nove meses consecutivos de alta. Caíram os preços do tomate, do ovo e do arroz. O recuo da gasolina também ajudou a puxar o índice para baixo. Por outro lado, o acionamento da bandeira vermelha encareceu as contas de luz, o item que mais influenciou o resultado do mês, e pressionou para cima o resultado do grupo Habitação.
O resultado do IPCA-15 de junho ficou abaixo do esperado pelos analistas de mercado, que projetavam 0,30%. No acumulado em 12 meses, o índice baixou para 5,27%, contra 5,40% em maio, na primeira desaceleração desde setembro do ano passado.
Apesar de o índice ter surpreendido positivamente, a inflação acumulada segue muito acima do centro da meta de 3% para este ano estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CNM) e do teto de 4,5%. O estouro da meta anual se dá até mesmo quando se considera apenas a taxa acumulada no primeiro semestre do ano. De janeiro a junho, o IPCA-15 acumulado é de 3,06%.
Economistas avaliam que, embora a prévia da inflação de junho divulgada ontem pelo IBGE indique certo alívio, o cenário segue desafiador, com a economia mais aquecida do que o esperado.
Dos nove grupos pesquisados, sete tiveram alta em junho, com destaque para a Habitação (+ 1,08%). A energia elétrica residencial subiu 3,29% e foi o item que mais pesou, depois que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acionou a Bandeira Vermelha Patamar 1, com cobrança adicional de R$ 4,46 a cada 100 kW/h (quilowatt-hora) consumidos. Também subiram Vestuário (+0,51%), Saúde e cuidados pessoais (+0,29) e Despesas pessoais (+0,19%).
dúvida sobre serviços
A inflação do grupo Alimentação e Bebidas recuou 0,02%, após nove meses consecutivos de alta. Alimentação no domicílio teve deflação de 0,24%, com as principais quedas nos preços do tomate (-7,24%), do ovo de galinha (-6,95%), do arroz (-3,44%) e das frutas (-2,47%). No lado das altas, destacaram-se a cebola (+9,54%) e o café moído (+2,86%).
No grupo Transportes, os combustíveis recuaram 0,69% em junho (ante alta de 0,11% em maio), com quedas nos preços da gasolina (-0,52%), do etanol (-1,66%), do óleo diesel (-1,74%) e do gás veicular (-0,33%).
" No geral, a gente deve observar um IPCA bem comportado nos próximos meses. Tem ainda uma dúvida em relação à desaceleração de serviços para o restante do ano, em função do mercado de trabalho, que ainda está forte, com dados que surpreendem constantemente. Por isso, imaginamos que a chance de o Banco Central (BC) cortar juros este ano é muito baixa. Somente no ano que vem a gente pode começar a pensar em algum corte. " diz Flávio Serrano, economista-chefe do Banco BMG, que prevê IPCA de 0,25% no mês.
PREVISÕES PARA A SELIC
Para Claudia Moreno, do C6 Bank, o IPCA deve fechar o ano em 5,3%, com possibilidade de ser menor, "considerando as surpresas na inflação de maio e junho". Para a economista, o BC deve manter a taxa básica de juros em 15% até o final de 2026.
André Valério, do Inter, vê possibilidade de uma inflação menor que a prevista no segundo semestre, considerando que o atual ciclo de aperto monetário ainda não foi completamente transmitido à economia, mas pondera que "um eventual início do ciclo de cortes na reunião de dezembro deste ano dependerá de uma atividade mais fraca que a esperada", disse ele.
La Nación Argentina O Globo Brasil El Mercurio Chile
El Tiempo Colombia La Nación Costa Rica La Prensa Gráfica El Salvador
El Universal México El Comercio Perú El Nuevo Dia Puerto Rico
Listin Diario República
Dominicana
El País Uruguay El Nacional Venezuela