Em noite de protestos, vasco cede empate ao grêmio e vê z4 de perto

A crise segue
Vasco e Grêmio ficaram sem os três pontos que os ajudariam a se afastar da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro e a aliviar a pressão. Mas o 1 a 1 sem dúvidas pesou mais do lado vascaíno. Com a vitória encaminhada, os cruz-maltinos cederam o empate num momento de desatenção. Deixaram o campo frustrados e sob gritos de "sem vergonha". E a chance de afastar a crise de São Januário foi desperdiçada.
Com 14 pontos, o Vasco não joga no meio de semana pela Série A. Na terça-feira, recebe o Independiente Del Valle, pelos playoffs da Sul-Americana, após perder na ida por 4 a 0. Só volta a atuar pelo Brasileiro contra o Internacional, daqui a uma semana, fora de casa. E já pode ter entrado no Z4 até lá.
ALTOS E BAIXOS
O começo do jogo foi marcado pela tensão dos últimos dias. João Victor, mais cobrado pela torcida durante a conversa com o elenco no CT, foi vaiado logo em seus primeiros toques. Uma reação que não vinha apenas do setor das organizadas, mas de grande parte da arquibancada de São Januário. O zagueiro foi alvo, inclusive, de músicas de protesto.
Mas a cobrança não se restringia ao defensor. O recado foi dado em coro assim que o time entrou em campo. "Obrigação é ganhar no caldeirão", dizia.
Tamanha pressão dificilmente levaria a uma resposta positiva em campo. E não deu outra. O Vasco apresentou uma saída de bola insegura, errou passes e permitiu chances ao Grêmio. O time gaúcho apostou tanto na marcação alta quanto nas bolas enfiadas pelas costas dos laterais. E, das duas formas, chegou perto do gol.
Ele só não saiu no primeiro tempo porque Léo Jardim estava numa noite de reflexos apurados e boas antecipações. Logo aos 10 minutos, fez bela defesa praticamente em cima da linha em cabeçada de Braithwaite.
O Vasco até tinha mais posse de bola. Só que não conseguia convertê-la em chances perigosas de gol " reflexo da falta de um meia mais cerebral e da dificuldade nas triangulações entre Nuno Moreira, David e Rayan. A primeira grande finalização foi o gol de Hugo Moura, aos 34, anulado pelo VAR por causa do posicionamento de Vegetti.
Mas o longo tempo de revisão do lance prejudicou os gremistas, que passaram a ter mais dificuldade para sair com a bola. A partir daí, o Vasco passou a empilhar chances reais de gol. Só na reta final da primeira etapa, Vegetti ainda acertou a trave e João Victor errou uma cabeçada diante do gol.
Essa tendência sinalizada nos minutos finais do primeiro tempo se consolidou na volta do intervalo. O Vasco passou a ter o controle, neutralizando os gremistas e chegando com perigo a Tiago Volpi. O gol, que parecia uma questão de tempo, saiu aos 18. Após cobrança de escanteio de Nuno, a bola desviou na zaga e sobrou para Lucas Freitas, sozinho na segunda trave, concluir.
A primeira vitória na volta da pausa para a Copa de Clubes estava encaminhada. O Vasco administrava o jogo após o gol e praticamente não era ameaçado. Até que um erro numa saída de bola levou a uma falta próxima da área em favor do Grêmio. Na sequência, Pavon recebeu pela direita e cruzou para Gustavo Martins empatar de cabeça aos 34. O lateral era acompanhado por Rayan e Matheus Carvalho, mas concluiu à vontade " um castigo para um time que relaxou na hora errada.