Martes, 25 de Noviembre de 2025

Sem ‘agulha’ que estoure a ‘bolha’, techs se mantêm à frente

BrasilO Globo, Brasil 24 de noviembre de 2025

Nos últimos cinco anos, não faltaram alertas sobre uma "bolha de tecnologia" prestes a ...

Nos últimos cinco anos, não faltaram alertas sobre uma "bolha de tecnologia" prestes a estourar no mercado financeiro. Mas, mesmo com a perda de fôlego recente dessas ações, nada de "agulha" até aqui. Na última temporada de balanços dos EUA, cinco das Sete Magníficas exibiram resultados para lá de satisfatórios. Como a Nvidia, fabricante de chips essenciais para empresas de inteligência artificial (IA). E que, desde 2020, lidera ações de tecnologia em geração de valor para acionistas.
O Boston Consulting Group (BCG) preparou um ranking com as 50 empresas com maior Retorno Total ao Acionista (TSR, pela sigla em inglês) do mundo nos últimos cinco anos. Dessas, 16 são de tecnologia. Entre elas, seis são prestadoras de serviços de tecnologia de informação e fabricantes de software (ou seja, programas e serviços digitais). Outras dez, fabricantes de hardware (equipamentos e componentes físicos).
Além disso, elas ocupam metade dos 10 primeiros lugares. Há ainda duas empresas de carros elétricos no top 10.
O TSR mede quanto uma empresa gera de retorno financeiro a seus acionistas ao longo de um determinado período. Mostra quanto ganhou quem comprou uma ação e manteve em carteira, seja no sobe e desce diário da Bolsa, seja em distribuição de lucros.
A companhia com maior TSR médio nos últimos cinco anos é a Nvidia. Ilustre desconhecida até o fim da década passada, no início desta já trouxe retorno médio de impressionantes 87%. Os chips da empresa são o "coração" da tese da IA generativa (capaz de elaborar textos, imagens, vídeos, fazer cálculos e até escrever algoritmos em linguagem de programação).
Na sequência vem a Tesla, com TSR de 70,6%. Ainda que seja uma montadora de veículos elétricos, muitas vezes a companhia de Elon Musk se posiciona como empresa de tecnologia, por ter sua produção baseada em programação.
inovação e longo prazo
Em terceiro lugar está a Arista Networks, de sistemas de data center e rede em nuvem, com TSR de 54%. Depois vem a Broadcom, de soluções de semicondutores e software de infraestrutura, com 53,2%.
Em quinto lugar, a fabricante chinesa de veículos elétricos BYD, com TSR de 49,1%.
" Quando olhamos os gatilhos para a criação de valor, vemos elementos muito claros: crescimento de vendas, melhora de margens, capacidade de devolver caixa ao acionista e expectativas de mercado. E as empresas de tecnologia reúnem todos esses atributos. A IA foi um catalisador enorme " diz Paulo Mattosinho, diretor executivo e sócio do BCG.
Para ele, não surpreende ver Nvidia, Tesla e Broadcom no topo:
" São empresas que capturaram de maneira muito efetiva essa onda de inovação, alocaram capital no longo prazo e conseguiram transformar expectativas de mercado em crescimento real.
Segundo o estudo, o TSR médio de 35 setores avaliados foi de 9,8% ao ano entre 2020 e 2024. O número está pouco acima dos 9,6% registrados entre 2015 e 2019, o que indica tendência estrutural positiva no longo prazo.
O levantamento mapeou, por cinco anos, 2,3 mil empresas listadas em Bolsa. No setor de hardware para tecnologia, o TSR médio foi de 20%. Na sequência, vêm construção (16%); mineração (15,8%); softwares e serviços de tecnologia da informação (15,7%) e maquinário (15,2%).
Nas últimas cinco posições estão os setores farmacêutico de médio porte (5,3%), bens de consumo não duráveis (4,3%), comunicação (4,3%), turismo e viagens (3,7%) e imobiliário (1,4%).
A análise mostra, no entanto, que apenas empresas que fabricam componentes físicos de tecnologia aceleraram seu TSR nos últimos cinco anos, impulsionadas pelo avanço da IA. Já o TSR das companhias de software e componentes eletrônicos se manteve elevado, mas desacelerou.
Segundo Mattosinho, a aceleração nas empresas de hardware vem pelos últimos modelos de linguagem de IA necessitarem de mais processamento de dados e tecnologias cada vez mais eficientes. Ou seja: mais chips, mais data centers, mais peças físicas.
Entre os setores tradicionais, automóveis, petróleo e gás, metais, maquinaria, mineração, construção e defesa têm crescimento expressivo do TSR, enquanto saúde caiu da segunda para a 29ª posição.
" As maiores criadoras de valor nesse setores tradicionais estão em países como Índia e China " diz Mattosinho.
A região Ásia-Pacífico foi um dos principais destaques, com 68 empresas no top 100 global, sendo 29 da Índia. A América do Norte caiu para o 28º lugar no top 100, apesar de representar 38% da base de empresas. Já a Europa teve só três empresas entre as top 100.
O levantamento introduziu métrica chamada de "vitalidade corporativa", que mede a capacidade de uma companhia em transformar vantagem estratégica em crescimento do lucro. Neste caso, tecnologia e saúde responderam por seis dos dez setores mais vitais.
Setores industriais tiveram TSR elevado, apesar da pontuação de vitalidade mais baixa.
" Uma empresa com boa alocação de capital, estratégia consistente e capacidade de execução tende a gerar valor mesmo em setores menos "da moda". Gestão de longo prazo supera ruídos de curto prazo " conclui Mattosinho.
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