Fleury amplia serviço terceirizado para pequenos laboratórios
O Grupo Fleury, dono de marcas como Labs a+, Felippe Mattoso e Lafe, está expandindo a atuação na ...
O Grupo Fleury, dono de marcas como Labs a+, Felippe Mattoso e Lafe, está expandindo a atuação na área de processamento de exames para hospitais e outros laboratórios que, por falta de escala, têm de terceirizar a análise das amostras. O modelo, conhecido como lab-to-lab, movimenta cerca de R$ 10 bilhões anualmente e já representa 23,5% da receita do Fleury. No terceiro trimestre, o grupo registrou faturamento de R$ 2,4 bilhões.
Os investimentos somam R$ 41,4 milhões. Uma das apostas do grupo neste braço de negócios foi a construção de um novo centro de processamento de exames exclusivo para laboratórios externos. A unidade, em São Paulo, tem capacidade para realizar o diagnóstico de 84 milhões de testes por ano. Ele já está operando.
No Rio, a área de processamento de Del Castilho, na Zona Norte, foi ampliada em 35%. A rede de medicina diagnóstica conta com outras sete centrais de processamento, distribuídas no país. A maior delas fica na cidade mineira de Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O presidente da unidade Lab-to-Lab do Fleury, Roberto Santoro, calcula que 70% dos 8 mil clientes mensais do negócio são pequenos e médios laboratórios, localizados em 2,2 mil cidades do país. O restante são hospitais e operadoras de planos de saúde.
Para o modelo dar certo, diz Santoro, é necessária uma azeitada operação logística, com cobertura rodoviária e cerca de 100 bases operacionais próximas a aeroportos, para transportar exames por longas distâncias.
Carência de profissionais
É caso, por exemplo, do teste do pezinho: o exame a partir do sangue coletado do calcanhar do bebê, capaz de detectar precocemente doenças graves, é analisado pelo grupo na área de processamento do Rio.
" A essência é a logística. Vai lá, pega o tubinho de exame especializado e traz para grandes centros. Isso garante acesso a exames de alta complexidade para quem precisa, independentemente de onde estiver " diz Santoro.
Ele afirma que a falta de escala em cidades menores, fora dos grandes centros urbanos, é o principal motivador para que pequenos e médios laboratórios terceirizem a análise de determinados exames. Pesam ainda os elevados investimentos em tecnologia e a falta de profissionais especializados, diz:
" Mesmo que o laboratório tenha recursos, ele faz o exame a cada 30 dias. Não compensa ter toda a infraestrutura. Além disso, dependendo do tipo, como os de genômica, a demanda não só de capital financeiro, mas também intelectual, e os PhDs, bioinformáticos e bioestatísticos, por exemplo, estão nos grandes centros.