Brf vende fábricas no exterior, mas não bate meta
A BRF, dona de Sadia e Perdigão, concluiu ontem seu plano de venda de fábricas no exterior, mas, ...
A BRF, dona de Sadia e Perdigão, concluiu ontem seu plano de venda de fábricas no exterior, mas, como o dinheiro levantado ficou abaixo do esperado, a empresa adiou por seis meses o prazo para atingir a meta de redução de dívida estabelecida em 2018.
A última etapa do processo de venda de ativos garantiu aos cofres da exportadora de carnes de frango US$ 340 milhões, o equivalente a R$ 1,3 bilhão, volume pago pela Tyson Foods pelas fábricas da BRF na Tailândia e na Europa.
A BRF esperava arrecadar R$ 5 bilhões com a venda de ativos e outros negócios, mas a conta final ficou em R$ 4,1 bilhões. A empresa informou que sua nova previsão para o balanço financeiro de 2018, ainda não divulgado, é de uma dívida equivalente a cerca de cinco vezes o resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda). Para 2019, a BRF espera reduzir essa relação para 3,65 vezes.
pouco impacto na produção
A estimativa anterior era terminar o ano de 2018 com uma dívida equivalente a cerca de 4,35 vezes o resultado operacional, que seria reduzido para três vezes no fechamento deste ano.
A mudança no plano de redução da dívida teve efeito imediato nas ações da empresa negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. Os papéis encerram com queda de 4,21%, segunda maior desvalorização da Bolsa no pregão de ontem.
" Os impactos das iniciativas são positivos para o caixa da empresa, na redução da conta de juros, com encerramento de operações deficitárias e liberação de tempo para focar nos ativos mais adequados " disse o presidente da BRF, Pedro Parente.
A venda de ativos para a Tyson incluiu quatro fábricas na Tailândia, uma na Holanda e outra no Reino Unido. A BRF já tinha vendido suas operações na Argentina e vai focar seus esforços nas operações do Brasil e do Oriente Médio.
As unidades vendidas representam pouco da produção da empresa. Na Europa, equivaliam a cerca de 2,9%, enquanto na Ásia, representam 13%, incluindo nessa conta unidades na China, Japão, Coreia do Sul e nações do Sudeste Asiático.
O Brasil representa 45% da produção da BRF, enquanto o Oriente Médio equivale a 22%. Somadas, as receitas de Argentina, Europa e Tailândia respondem por, no máximo, 13% do caixa da empresa brasileira.