Al-hilal bate o espérance e vai pegar o flamengo
Jesus tinha razão na certeza de seria o Al-Hilal, seu antigo clube, o adversário do Flamengo na ...
Jesus tinha razão na certeza de seria o Al-Hilal, seu antigo clube, o adversário do Flamengo na semifinal do Mundial. Já quanto à impressão de que os sauditas não devem nada ao rubro-negro em potencial, este é um diagnóstico que a vitória de ontem sobre os tunisianos do Espérance não permitiu concluir.
Persiste a sensação de que o Flamengo tem melhor time e, especialmente, mais soluções individuais. Mas não é possível negligenciar o fato de que os árabes mostraram virtudes incômodas.
A mais clara conclusão de Al-Hilal 1 x0 Espérance é que o time saudita se sente mais confortável com a bola. Aí se abrem duas possibilidades: se o Flamengo controlar a posse, pode tirar o rival de sua zona de conforto e forçar o jogo contra uma defesa que não é a maior virtude do time. Os árabes até pressionaram bem na frente, mas permitiram chances aos tunisianos, que assustaram nos primeiros 20 minutos, quando levaram sustos.
Outra saída é a possibilidade de o Flamengo alternar ritmos. Se o Al-Hilal mantiver a bola no campo de ataque, o rubro-negro pode explorar uma recomposição defensiva que deixa a desejar e uma linha defensiva que não é rápida o bastante para lidar, por exemplo, com Bruno Henrique.
Espera o Flamengo um adversário atrevido, com personalidade, que nem usou todos os seus talentos ontem. Gomis e Giovinco vêm de lesão e não iniciaram o jogo. A entrada do centroavante francês deu clara presença de área ao Al-Hilal.
- Existe uma diferença de investimento, o Flamengo está um pouco na frente. Mas somos um time montado para propor jogo, para jogar na frente. Não será diferente aqui - garantira o volante Cuéllar, ex-Flamengo.
Num tom semelhante, o peruano Carrillo disse ver a semifinal equilibrada.
- Está 50% a 50%. Sabemos que o Flamengo tem jogadores que triunfaram na Europa, como Rafinha e Filipe Luís. Mas o futebol hoje está muito igual. Não é só camisa ou nomes - afirmou.
O meia-atacante peruano, aliás, é o jogador a ser observado. Foi o melhor da partida com sobras e repetiu sistematicamente um movimento com que o Flamengo deve ter atenção.
Pontas velozes
Os dois pontas, Carrillo pela direita e o saudita Al Dawsari pela esquerda, movem-se para o meio para trocar passes curtos. Foi com infiltrações pelo meio da defesa do Espérance que o Al-Hilal mais criou. E assim Carrillo achou o passe decisivo para o gol. Marcar a entrada da área e não permitir espaços entre a linha de defesa e de meio será vital para o Flamengo não sofrer.
Mas a primeira oportunidade dos árabes aconteceu com outra virtude de Carrillo. E esta merece atenção rubro-negra há tempos, pois repete os rivais que usaram a velocidade nas costas dos laterais do Flamengo. No primeiro espaço aberto, o peruano arrancou e quase marcou. Sem Giovinco, jogou Carlos Eduardo como um meia-atacante central. Ele passou pelo Fluminense em 2009 e depois defendeu Porto e Nice, da França. Sua movimentação foi fundamental para as trocas de passes pelo meio.
- Gomis e Giovinco tiveram problemas, treinaram menos. Era a melhor opção para nós (não escalá-los de início). Quanto ao Flamengo, sabemos da qualidade. Mas também temos a nossa qualidade. Na vida, quando se acredita no que faz, é possível fazer coisas grandes - disse Razvan Lucescu, técnico do Al-Hilal.
O Flamengo terá que ser compacto quando fizer seu jogo de pressão ofensiva. Os rubro-negros entram com o favoritismo, mas será preciso jogar bem.